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Portugal

by Olivia Sousa

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Conteúdo

Portugal não está entre os países que abrem noticiários com acontecimentos que abalam, impressionam ou até mesmo assustam o mundo.

A vida aqui corre de forma calma e consistente há mais de cem anos. Este estado participou apenas na I Guerra Mundial e as suas fronteiras permanecem as mesmas desde meados do século XII.

É a estabilidade que atrai turistas e migrantes de todo o mundo. Alguns são atraídos pelo conforto e tranquilidade das praias do Algarve, da Madeira e Cascais. Os outros deixam-se admirar pelo clima perfeito, pelo imobiliário relativamente barato e por uma oportunidade de viver prazerosamente num sossegado país patriarcal.

Viagem para Portugal: tudo o que você precisa saber para curtir o país

Informação geral

Portugal partilha a Península Ibérica com a Espanha e faz fronteira com o Oceano Atlântico em três partes, formando um semi-enclave.

Ao contrário da monárquica Espanha, o país é uma república desde 1910, onde o Parlamento é a autoridade legislativo. Portugal é um país desenvolvido com altos padrões de vida (40ª posição no mundo pelo HDI) e sistema de saúde bem desenvolvido (12º lugar).

Contexto Histórico

A história de Portugal como estado começa em 868 quando o conde Vímara Peres ocupou a parte norte das terras ibéricas abandonadas pelos árabes durante a Reconquista.

Novas povoações e a recuperação de novas possessões começaram na cidade de Portus Cale, que se tornou a primeira capital de Portugal. Em 1143, o país ganhou o estatuto de reino independente.

Os primeiros reis portugueses implementaram várias reformas essenciais. Como resultado, o país obteve o seu parlamento (apelidado de cortes, como em Espanha), exército e um desenvolvimento económico sustentável. 

A peculiaridade geográfica redundou em benefício para os ambiciosos regentes portugueses, que aspiraram ver o seu país transformado num poderoso e influente estado. Começaram a reclamar novas terras não no continente, mas pelo Atlântico e noutros mares e oceanos.

As descobertas seguiram-se. Primeiro, foi a costa africana, de onde a nobreza portuguesa obtinha os seus escravos. Mais tarde, foram as numerosas ilhas do oceano Atlântico. Passado o Equador, os Portugueses estenderam os seus territórios à custa do alargamento para Marrocos e Guiné.

Em 1500, teve lugar outra grande descoberta: no seu caminho para a Índia, o explorador Pedro Cabral descobriu acidentalmente as terras que hoje se conhecem como Brasil. Mais tarde, houve outras numerosas conquistas e descobertas, incluindo ilhas grandes e pequenas e terras na África Ocidental, Índia e outras partes do mundo.

Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral

Captura de tela

Um novo volte-face no desenvolvimento de Portugal ocorreu após a união com Espanha em 1580. Portanto, o país estava a tornar-se um país marítimo cada vez mais poderoso e um império influente com muitas colónias. No entanto, os regentes portugueses aspiravam à independência. Assim, 60 anos depois, Portugal conseguiu a sua liberdade, tendo obtido a secessão da União Ibérica.

No século XVI, começou a sentir-se um declínio gradual do vasto poder de um império que conseguiu colonizar enormes territórios quando os holandeses entraram no Brasil e em várias ilhas asiáticas.

O declínio agravou-se quando Napoleão começou a sua ocupação no início do século XIX e França privou Portugal da coroa e de muitos territórios. A política britânica contribuiu muito para o colapso do império: o ultimatum da Grã-Bretanha e as posições de outros estados coloniais na Conferência de Berlim de 1890 deixaram Portugal sem várias colónias em África.

A meio do século XX, Portugal possuía apenas nove territórios em África, China e Índia. Em 1999, uma parte do Arquipélago Malaio, nomeadamente a Macau Chinesa e Timor-Leste, ganharam independência.

Atualmente, Portugal inclui a Madeira e os Açores como os seus territórios além-mar.

Geografia e Clima

Portugal situa-se no hemisfério leste. Lisboa é a sua capital e maior cidade, com uma população de mais de meio milhão de pessoas. Mais de dois milhões vivem nos subúrbios.

A capital portuguesa é também uma das mais antigas cidades da Europa: até Londres e Paris são mais recentes.

Portugal tem um clima mediterrânico. Os invernos são amenos com temperaturas médias de +5°C - +10°C. O verão é habitualmente quente: +27°C - +29°C.

Mapa de Portugal

Mapa de Portugal

Captura de tela de visitportugal.com

No entanto, o fresco do Atlântico estraga um pouco a imagem de país quente. Caso contrário, Portugal seria considerado um dos melhores lugares da Europa para passar as férias de verão. Mesmo em agosto, quando o calor de verão está no seu expoente máximo, a temperatura das águas costeiras dificilmente chega a mais de 20ºC. Mas não existe muito espaço nas praias porque muitas pessoas adoram nadar.

Língua, Religião e População

Existe apenas uma língua oficial em Portugal, mal comparado com Espanha, onde as línguas de outras comunidades autónomas são faladas ao mais alto nível. Na verdade, existe mais uma língua oficialmente reconhecida - o Mirandês -, mas é comum em apenas três localidades.

A língua portuguesa é falada em Portugal e em alguns países da América Latina, África e Eurásia. Esta língua é a nativa de mais de 200 milhões de residentes nas antigas colónias portuguesas.

Os cidadãos portugueses são católicos e mais de 90% seguem meticulosamente todas as cerimónias religiosas. Os restantes 10% são constituídos por protestantes e representantes de outras religiões do mundo que tiveram outrora raízes em Portugal. A população total do país é de 10.5 milhões de pessoas.

A 1 de janeiro de 1986, Portugal juntou-se à Comunidade Económica Europeia, que mais tarde deu origem à União Europeia. Desde 1992, o país faz parte do espaço Schengen.

Não é necessário visto para visitantes com passaportes biométricos (a duração da visita não deve exceder os 90 dias).

Direções

Portugal está entre os países mais frequentemente escolhidos por migrantes. O seu influxo tem aumentado nos últimos 20 anos: a comunidade brasileira é a maior.

Os bilhetes de voos e de autocarro para Portugal têm elevada procura. É por isso que não haverá qualquer problema para lá chegar.

Os viajantes de países europeus podem optar por companhias aéreas como a WizzAir, a Aegean Airlines, a Air Baltic ou a Lufthansa. A duração média de uma viagem pode variar entre as 3 e as 6 horas, se não houver escalas. O preço médio anda à volta dos 100€, mas será muito mais baixo se comprar os bilhetes com três ou mesmo seis meses de antecedência.

A outra forma de poupar algum dinheiro é ir a Portugal em abril. Escolha quinta-feira para começar a sua viagem porque o preço dos bilhetes é mais baixo nesse dia. E, pelo contrário, viajar na época alta (de julho a setembro) sairá caro. O mesmo para o Natal, o Ano Novo, a Páscoa e o Dia da Liberdade.

Viajar de autocarro em Portugal é barato e predominantemente para aqueles que aguentam bem viagens de longo curso.

Portugal em 60 segundos

Alojamento

Hotéis de diferentes estrelas, locais para campismo e aluguer de apartamentos são os três tipos preferidos de alojamento em Portugal. Cada um deles tem os seus prós e contras.

Os hotéis e os espaços de campismo são adequados a visitas de curto-prazo, por exemplo, para descansar durante a época alta. Os quartos de hotel custam menos do que em Espanha e a qualidade do serviço não é pior. Ainda assim, tenha isto em mente: quanto mais barato o hotel, maior a probabilidade de se deparar com uma surpresa desagradável como uma discrepância entre as condições reais e as da foto apresentada na plataforma online.

Desta forma, é melhor procurar um hotel à chegada, mas não marcar antecipadamente. Significa que irá ver primeiro e concordar depois. A outra escolha é procurar hotéis de cinco estrelas caros: não haverá certamente problemas.

Aqui ficam várias sugestões de alojamento:

  1. O Safestay Lisbon é um hotel de uma estrela em Lisboa localizado na área elitista não muito longe do Jardim do Príncipe Real e de outros grandes centros do comércio. Os quartos, limpos e confortáveis, incluem kitchenettes e Wi-Fi gratuita.
  2. A Quinta do Retiro é uma guesthouse caseira em Covas. Cada quarto é constituído por um bungalow separado com todas as comodidades e ar condicionado. A guesthouse conta também com uma piscina, um espaço de campismo e estacionamento gratuito. É um local calmo com uma beleza natural que condiz perfeitamente com quem procura conforto e preços baixos.
  3. O Funchal Apartments - City View é um hostel acessível na Madeira, muito bem localizado, perto do oceano. Os chuveiros e as casas de banho são partilhadas. Há Wi-Fi gratuita e ar condicionado.
  4. A Bagetti Guest House é uma guesthouse de três estrelas mesmo no centro de Lisboa. É um edifício histórico, localizado perto do metro, de lojas e de restaurantes. Tem todas as comodidades necessárias no quarto. Wi-Fi gratuita.
  5. O Urban Garden é um hostel barato no centro da capital portuguesa. Existem quartos privados e partilhados, o staff é simpático e a Wi-Fi gratuita.

Alugar um apartamento ou um quarto em Portugal é como uma roleta com resultados absolutamente imprevisíveis, sobretudo se for para fazer uma marcação de forma aleatória.

Pode acontecer que assim que tiver pré-pago o seu aluguer e, desta forma, formalizado o seu direito de viver no apartamento escolhido, o senhorio pode preferir outra pessoa como inquilino apenas porque paga mais ou porque gosta mais dela ou porque lhe pediu com mais jeitinho. E depois será simplesmente esquecido.

Mais, ninguém o vai informar e devolver o dinheiro pago. Queixar-se é também inútil.

A segunda rasteira é a discrepância entre as fotos apresentadas no site do aluguer e as condições reais. E se tiver tido mesmo o azar de ter feito o depósito, os proprietários não irão devolver o seu dinheiro pré-pago.

A armadilha seguinte é as despesas, não incluídas no preço do aluguer. Primeiro, o preço a ser pago por um apartamento parece bastante comportável. Mas depois toda esta excitação desaparece quando é altura de pagar a luz ou a água. Mesmo que tente poupar, os preços continuarão exorbitantes. Portanto, este é um assunto a conferir duplamente com os proprietários.

E, finalmente, há certas peculiaridades na mentalidade portuguesa. Nada de pressas, mas a famosa preguiça e despreocupação perante todas as obrigações constituem uma característica nacional de todos os residentes da Península Ibérica.

Na prática, funciona assim. Primeiro pode não obter nenhuma resposta ao seu pedido no site de arrendamento. Mais tarde, pode receber uma chamada a meio da noite com uma exigência categórica para chegar imediatamente ou, caso contrário, o apartamento será alugado a outros inquilinos. Ficará, sem dúvida, perplexo e todas as suas tentativas para explicar a distância de mil quilómetros que os separam e a hora inapropriada da chamada serão uma perda de tempo.

Os portugueses também não gostam de responder a e-mails e mensagens deixadas nas suas contas pessoais dos sites de arrendamento. Preferem chamadas telefónicas, mas por norma as que são feitas por quem precisa de um apartamento. No entanto, não é fácil avançar.

O que fazer, na verdade? Só há uma solução: procurar alojamento no site. Em Portugal, a melhor forma de alugar um apartamento é à chegada. Pode perguntar em todo o lado, numa loja, num café ou num supermercado. É até possível bater à porta da casa mais próxima e perguntar “Apartamento para alugar?” para descobrir se existe algum quarto disponível. Os portugueses são simpáticos e prestáveis e dar-lhe-ão, de certeza, um conselho.

Sítios para ver

A beleza inacreditável de castelos antigos, palácios e fortalezas, cidades acolhedores e vilas na costa atlântica, parques nacionais e magníficos resorts de praia em Cascais, no Algarve e na Madeira irão definitivamente tocar bem fundo na alma de todos os que visitarem este país pelo menos uma vez.

Sintra Palácio da Pena

Sintra Palácio da Pena

Captura de tela

As atrações irão apaixoná-lo ao máximo. Irá querer absorver a sua brisa salgada, desfrutar da variedade dos seus vinhos, que são tão bons como os de Espanha e França, e observar a vida do verdadeiro português - o português de gema.

Lisboa

Lisboa é comparada a Roma como a cidade nascida entre sete colinas. Não se tornou a capital por decreto. O rei Afonso III escolheu a localidade para assentar a sua corte, mas esqueceu-se de emitir o édito necessário.

Lisboa é ainda considerada a capital apenas de facto. Mas esta formalidade é assim realmente tão importante para uma cidade que se tornou no maior porto e no centro cultural e económico mais importante de Portugal?

Enquanto explora as atrações de Lisboa, irá necessitar de toda a sua paciência e do calçado mais confortável. O terreno acidentado da cidade inclui muitas subidas e descidas que oferecem muito para ver.

As praças do centro histórico - Rossio, Praça da Figueira e Restauradores - foram construídas entre os séculos XIII e XVIII. A primeira surgiu no século XIII. Testemunhou o primeiro auto de fé e a construção do Palácio dos Estaus, o Hospital Real de Todos os Santos e muitos outros edifícios.

O terramoto de 1755 e o fogo de 1836 destruíram todas estas construções. No presente, a Praça da Figueira fica no local do hospital, e, em vez do palácio, ergue-se o Teatro Nacional Dona Maria II.

Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa

Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa

Captura de tela

Enquanto caminham pela Praça do Rossio, os homens devem mesmo parar na porta da casa 115, sobretudo se estiverem a usar gravata. Existe um espelho suspenso perto da porta. Nele podem ver se a gravata está bem. A inscrição “Componha o nó da sua gravata” faz deste um espelho único em todo o mundo.

É de visita obrigatória a livraria mais pequena do mundo, a Livraria do Simão, na rua Escadinhas de São Cristóvão. O dono conseguiu colocar mais de 4000 livros únicos dentro de quatro metros quadrados. Será possível comprar a primeira coleção de poemas de poetas portugueses do século XVII, juntamente com outros livros bastante raros.

A Grande Lisboa é o nome da sub-região que se estende à volta da capital há vários séculos. Atualmente, a população desta área supera a que vive na capital (2.5 milhões de pessoas a viver nos subúrbios em comparação com as 500 000 que vivem na cidade).

Ao passo que o centro de Lisboa concentra palácios, monumentos aos reis portugueses, teatros e praças, a sua periferia conta com o impressionante Parque Natural Sintra-Cascais, a elegante estância de Cascais, o Santuário do Cristo Rei em Almada (cópia do Cristo Redentor brasileiro).

Muito interesse gera também a mais longa ponte europeia cujo nome homenageia o grande navegador Vasco da Gama. Além do seu comprimento de 17 km, é famosa por ter sido palco da maior mesa de almoço organizada pelas autoridades locais em 1998 para celebrar a sua grande abertura. Mais de 15 000 pessoas tiveram a oportunidade de desfrutar de vinhos e petiscos portugueses - aproximadamente mil pessoas por quilómetro de ponte.

Portugal é um dos países europeus onde os casinos físicos são legalizados. O país tem atualmente 12 casinos e 1 sala de jogo.

Porto

O Porto situa-se na costa atlântica. É um eterno rival de Lisboa no que diz respeito ao estatuto e à esfera de influência em todo o país. A sua localização privilegiada na rota de comércio entre norte e sul, a sua forte ligação a países marítimos e o seu excelente porto ofereceram-lhe, outrora, todas as possibilidades de se tornar a líder nacional.

No entanto, os comerciantes locais decidiram forçar a lei que proibia a nobreza de construir palácios e até de ficar na cidade mais de três dias.

O rei Afonso III também sofreu os efeitos dessa proibição. Apesar de o rei ter visitado o Porto mais frequentemente devido a assuntos do reino, teve de ficar no Paço Episcopal. A determinada altura, o rei não aguentou mais a restrição e emitiu um decreto para construir um palácio em Lisboa para si.

À medida que o tempo foi passando, todos os ramos do poder foram-se gradualmente concentrando no local onde o rei e a família real assentaram. E os residentes do Porto foram privados da possibilidade de viver na cidade mais importante do seu país. No entanto, o espírito competitivo entre Lisboa e Porto manteve-se até aos tempos modernos: quanto mais perto do norte, maior o número de pessoas que considera o Porto a verdadeira capital de Portugal.

Ao contrário de Lisboa, o Porto não sofreu das devastadoras cheias que tiveram lugar no século XVIII na região ibérica. Nunca teve também quaisquer grandes fogos, pelo que o seu centro histórico preservou a sua identidade única.

Existe uma diferença substancial no estilo arquitetónico das duas cidades. Lisboa é a cidade para admiradores de deslumbrantes palácios e castelos que se mantiveram de acordo com o legado da nobreza medieval. O Porto, por seu turno, é uma cidade de negócios sem espantosas obras-primas arquitetónicas, pelas quais a capital portuguesa é conhecida.

Mas por que razão o Porto atrai tantos turistas? Sem dúvida, qualquer um gostaria de passear pelas ruas da Ribeira, a zona de maior diversão da cidade. A arquitetura deste quarteirão envolve casas com tetos de azulejos de várias cores coladas umas às outras e, portanto, fazendo lembrar Amesterdão ou Antuérpia.

As noites aqui são particularmente boas. Há muitos cafés cheios, música por todo o lado e músicos de rua a tocar e a dar concertos improvisados.

Acredita-se que as melhores vistas sobre a cidade são as da ponte D. Luís, que se estende sobre o rio Douro. Esta construção inclui dois deques, para comboios e carros, que ligam o centro da cidade aos bairros mais afastados.

Ponte de Dom Luís I

Ponte de Dom Luís I

Captura de tela do Tripadvisor.com

O autor do projeto foi Gustave Eiffel, o engenheiro e criador da lendária construção em Paris. Esta ponte é tida como símbolo da cidade e é muitas vezes retratada nos rótulos do vinho do Porto - o outro orgulho dos portugueses.

A terceira razão para visitar o Porto é o futebol. Mesmo que não saiba nada sobre as regras deste jogo e que lhe seja completamente indiferente, ainda assim deve assistir ao próximo jogo no Estádio do Dragão.

Comprar um bilhete vale assistir a uma verdadeira demonstração das emoções humanas bem como da impecável mestria dos jogadores de futebol portugueses. Valerá o seu tempo e o seu dinheiro. E, se ainda assim se sentir aborrecido, vá ao Museu do FC Porto, onde poderá ficar a conhecer a gloriosa história do clube captada em fotos e exposições e comprar alguns souvenirs.

O futebol em Portugal não é propriamente um desporto; é uma religião. Um português que não goste de futebol desde a infância não é um verdadeiro português. Até mesmo a tourada não conquista o coração dos portugueses como o futebol o faz. Os seus espíritos ficam absortos com o resultado do próximo jogo e com os sucessos e fracassos da seleção e dos seus clubes.

A melhor tourada portuguesa pode ser vista na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa. Não é tão cruel e sangrenta como em Espanha porque os toureiros portugueses não matam o boi, apenas os desafiam com as bandarilhas.

É interessante o facto de, normalmente, existirem mais mulheres a assistir a uma corrida do que homens. E os estrangeiros também o fazem mais do que os locais.

No entanto, o Porto não é apenas um sítio perfeito para festas e futebol. Existem muitos monumentos arquitetónicos da Idade Média e de tempos modernos que podem competir com os de qualquer cidade em todo o mundo. Os outros lugares de visita obrigatória são as belíssimas Torre dos Clérigos, as Igrejas do Carmo e das Carmelitas e a câmara do Porto - um dos mais bonitos edifícios dos anos 20.

Os fãs da saga do Harry Potter devem ir à Livraria Lello, uma famosa livraria com escadas que se tornaram no suposto protótipo da biblioteca de Hogwarts.

Óbidos

Esta pequena cidade no oeste de Portugal atrai turistas com o fenómeno único - uma povoação quase inteiramente preservada que surge no mapa do mundo antes de Cristo.

Óbidos esteve sob domínio dos mouros e dos portugueses diversas vezes. No século XII, tornou-se uma possessão totalmente portuguesa durante o reinado do rei Sancho. A povoação e a fortaleza de Óbidos costumavam ser um dote das noivas dos monarcas - as princesas Isabel, Filipa e Leonor - que se tornaram consortes dos reis portugueses.

Atualmente, a cidade tornou-se num atraente museu ao ar-livre. Além do castelo, suscita interesse o aqueduto de três quilómetros do século XVI, bem como o portão da cidade em estilo português com azulejos, teatro musical e várias igrejas - Capela de São Martinho e Igrejas de Santiago e de São João Baptista.

Capela de São Martinho

Capela de São Martinho

Captura de tela

Óbidos é um paraíso para os que gostam de doces, uma vez que é a capital portuguesa do chocolate. Venha em março e abril, quando tem lugar o Festival Internacional do Chocolate, normalmente, entre 10 de março e 2 de abril. Durante os dias de semana, a cidade vive a sua vida quotidiana. Todos os principais eventos como as exibições, workshops e espetáculos de cozinha acontecem entre sexta-feira e domingo.

Madeira

Esta ilha, localizada a noroeste de África, pertence a Portugal desde 1425. Sete anos depois dos navegadores João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira terem descoberto o arquipélago e quando o rei emitiu um decreto para colonizar todas as novas possessões territoriais.

Atualmente, a Madeira é um paraíso laurissilva a mil quilómetros das fronteiras portuguesas. Uma enorme zona de verde esmeralda e florestas laurissilva tornou-se o abrigo de uma multitude de plantas, pássaros e animais.

Nunca fica muito quente no verão nem muito frio no inverno devido à quente Corrente do Golfo do oceano Atlântico. Um suave calor primaveril prevalece aqui todo o ano, o que torna as férias incrivelmente confortáveis.

O clima perfeito e a abundância de zonas verde esmeralda, flores, fruta suculenta e vegetais enfeitiçaram os primeiros turistas aqui há 200 anos. Desde então, a Madeira tem começado a desenvolver-se enquanto estância balnear e, atualmente, é considerada uma das mais antigas estâncias na Europa.

Quase todas as praias na Madeira são artificiais. Foram propositadamente cobertas com areia marroquina para estabelecer áreas de natação e recreação. A costa na Madeira é puramente rochosa e coberta com uma camada de pó vulcânico.

A sua capital, o Funchal, é uma cidade de uma arquitetura inacreditavelmente bonita. A maioria das casas tem tetos de telha vermelha brilhante e paredes brancas, que criam um impressionante contraste.

A grande atração da Madeira é a sua natureza selvagem e civilizada. Deverá mesmo ir à falésia de 580 metros do Cabo Girão e às montanhas do Pico do Areeiro e encantar-se com a magnífica beleza e maravilhoso aroma dos trilhos de lavanda que acompanham os canais de irrigação.

Pico do Areeiro

Pico do Areeiro

Captura de tela

Aqueles que tiverem a sorte de visitar o Curral das Freiras ficarão fora de si com as belíssimas vistas e com a lenda antiga, que reza que os habitantes de um mosteiro local se escondiam dos piratas neste desfiladeiro montanhoso.

Há muitos parques, jardins, incríveis cascatas e canteiros de flores na ilha, mas a visão mais espetacular aguarda os turistas no Jardim Botânico da Madeira. Os funcionários do jardim plantaram mais de 2000 espécies de plantas raras ou em perigo. Graças ao teleférico, demora apenas sete minutos para chegar ao centro do Funchal.

Ao explorar o novo arquipélago, os colonizadores portugueses foram desenvolvendo os novos territórios. Portanto, mesmo hoje em dia, existe uma variedade de obras-primas arquitetónicas como o Monte Palace, a Catedral, o Convento de Santa Clara, etc. A Madeira é frequentemente apelidada de segunda Lisboa devido aos seus numerosos monumentos arquitetónicos.

Os interessados em museus também não ficarão desapontados. Devem ir ao Universo de Memórias de João Carlos Abreu, o Museu de Arte Sacra localizado no antigo Paço Episcopal, o Art Centre Caravel, o Museu da Quinta das Cruzes do descobridor da Madeira João Gonçalves Zarco, etc. É uma lista muito curta de locais a visitar na ilha.

Comida

Se odeia comer peixe desde criança, então poderá não ficar inclinado para a cozinha portuguesa. Os pratos de peixe são o essencial de qualquer menu aqui.

O peixe número um em Portugal não é a sardinha, o atum ou a cavala, apanhada por embarcações ao largo da costa. É o bacalhau.

Antigamente era comido pelos pobres devido ao preço baixo e à disponibilidade durante todo o ano, mas gradualmente tornou-se o prato nacional, tão adorado que nenhum jantar de Natal de uma família portuguesa passa sem o fiel amigo.

É interessante, mas não existe bacalhau nas águas da costa de Portugal. Apesar de ser normalmente importado da Escandinávia, os residentes locais gostam deste peixe apesar da infinita variedade de deliciosos peixes e marisco disponíveis no mercado nacional de peixe. Por exemplo, o robalo, o tamboril ou peixe-espada tornarão qualquer prato de comer e chorar por mais!

O prato mais comum de bacalhau é o bacalhau assado. É bacalhau salgado com especiarias e ervas e servido com batatas cozidas.

A caldeirada é mais uma das deliciosas comidas de Portugal. É um guisado de peixe com batatas, cebolas e especiarias. Tanto peixe gordo como magro são complementados com camarões, lulas e mexilhões. 

Bacalhau Gratinado no Forno

Cada café ou restaurante com esplanada serve sardinhas assadas. Os saborosos peixes gordos sabem melhor com uma salada de vegetais frescos feita com tomates, pepinos, pimentos e cebolas.

A carne não é muito popular em Portugal mas, ainda assim, vale a pena experimentá-la. Come-se de qualquer tipo, seja porco, vaca, carneiro, cordeiro, frango e peru.

Não é que não exista uma técnica diferente para cozinhar pratos de carne em Portugal. Só existem apenas algumas receitas autênticas devido ao fascínio com o peixe. No entanto, a preparação da carne é um processo muito original: tem de ser marinada em vinho com a junção de alho e ervas a ser fundamental.

Como prato principal, os portugueses gostam de uma sopa espessa chamada caldo verde feita com puré de batatas, couve, cebola e chouriço.

O outro prato, muito comum em todo o país, é a açorda - uma sopa espessa cozinhada com pão, alho, azeite e temperos, que é transformada numa consistência suave juntando-lhe água quente e deixando-a repousar. Os outros ingredientes da açorda são os camarões, o bacalhau ou os ovos.

A típica sobremesa portuguesa é algo feito com gemas de ovo batidas até ficarem sólidas, adicionando açúcar em pó, nozes ou outros ingredientes. O resultado é delicioso.

Um exemplo de tais iguarias é o papo-de-anjo

Um traço distintivo das sobremesas portuguesas é o conhecido maneirismo de tom religioso e até humorístico. Nos menus dos cafés e das confeitarias, poderá deparar-se com toucinho do céu, barriga de freira ou pudim do abade. Apesar de estes nomes poderem parecer muito clericais, o seu sabor é bastante natural e, por vezes, requintado.

A produção de vinhos é um orgulho particular dos portugueses. Nenhum almoço ou jantar, ou até pequeno-almoço, pode passar sem algumas gotas ou um copo de vinho.

A criação mais conhecida dos vinicultores portugueses é o vinho do Porto. Um terço de toda a produção de vinhos do país é constituído por decalitros desta forte bebida à base de uva, que é tradicionalmente produzida no norte de Portugal no vale do rio Douro.

O vinho do Porto genuíno é produzido apenas em Portugal e a sua autenticidade é estritamente monitorizada de acordo com regulações da UE. As outras variações são falsas ou apenas vinho comum.

A restante parte da produção de vinhos compreende brancos e tintos. Também existe vinho verde que, na realidade, é branco, rosé ou até tinto. É chamado de verde por ser novo e, além do mais, nunca é forte - apenas 9% de teor alcoólico - e por vezes espumante. Como regra, o vinho verde é servido ao almoço ou ao jantar para acentuar o sabor da comida, mas não para deixar a pessoa tonta.

Portugal é um excelente e ainda não vulgarizado local para passar as férias de verão ou fazer uma viagem em qualquer outra altura. É sempre acolhedor e generoso com sol, comida, bebida e sorrisos durante todas as estações.

Perguntas Frequentes

O que visitar em Portugal?

Em Portugal, você pode visitar Lisboa, Porto, Sintra, o Algarve, Coimbra, Évora, o Vale do Douro, Fátima e Guimarães.

O que visitar no norte de Portugal?

No norte de Portugal, você pode visitar o Porto, a região do Douro, Guimarães, Braga, a região de Trás-os-Montes e a bela região costeira de Viana do Castelo.

O que visitar no centro de Portugal?

No centro de Portugal, pode visitar Coimbra, Tomar, Óbidos, Batalha, Fátima e a Serra da Estrela.

Onde passar férias em Portugal?

Você pode passar férias em Portugal em lugares como o Algarve, a Costa Vicentina, a Ilha da Madeira, os Açores, Lisboa e Porto.

Qual é a capital de Portugal?

A capital de Portugal é Lisboa.

Em que ano nasceu Portugal?

Portugal como nação nasceu oficialmente no ano de 1143, quando o tratado de Zamorra foi assinado, reconhecendo a independência do condado portucalense, que eventualmente se tornaria Portugal.

Qual a populacao de Portugal?

A população de Portugal é de aproximadamente 10,3 milhões de habitantes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis.