Torre de Belém lisboa
A Torre de Belém ou Torre de Belém é um forte situado numa ilha do rio Tejo, no bairro do mesmo nome, em Lisboa. O seu nome oficial é Torre de São Vicente ou "Torre de São Vicente". É uma das atracções mais populares da capital de Portugal. O destaque desta fortificação deve-se em grande parte ao facto de ter o estatuto de Património Mundial da UNESCO. Para além dela, apenas o vizinho Mosteiro dos Jerónimos tem este estatuto em Lisboa.
A Torre de Belém foi construída entre 1514 e 1519. Foi projectada por Francisco de Arruda, um dos mais famosos arquitectos da época. A torre foi erguida no auge do Renascimento português para comemorar a descoberta do caminho marítimo para a Índia pelo viajante Vasco da Gama. Ficou assim associada à época dos grandes descobrimentos geográficos.
História da Torre de Belém
A Torre de Belém foi construída durante o reinado de D. Manuel I de Portugal. No entanto, o projeto de defesa adicional do estuário do Tejo foi concebido por D. João II no final do século XV. Começou a desenvolver um sistema de defesa do Tejo, incluindo as fortalezas de Cascais e São Sebastião na margem sul. No entanto, com a sua construção não foi possível proteger totalmente o estuário, sendo necessárias fortificações adicionais.
O escritor Garcia de Rezende, na sua Crónica de D. João II, publicada em 1545, confirma que as fortificações existentes eram insuficientes para defender plenamente Lisboa, e que D. João II insistiu na construção de fortificações adicionais na foz do Tejo. Por isso, mandou "construir uma forte fortaleza", mas faleceu antes de se concretizar o projeto. Cerca de duas décadas mais tarde, D. Manuel I de Portugal decidiu continuar a obra de D. João II e mandou construir um forte na parte norte do Tejo, em Belém. Esta intenção do rei é referida por Lourenço Fernandes na sua carta de 1513 aos seus amigos.
A decisão de construir uma fortificação militar adicional não era apenas um objetivo estratégico, mas também uma forma de imortalizar a bem sucedida viagem marítima portuguesa à Índia.
A expedição foi comandada pelo navegador Vasco da Gama e foi a primeira viagem bem sucedida da Europa para a Índia na história. Este acontecimento reflectiu-se nas características arquitectónicas da Torre de Belém, que incluía elementos góticos, renascentistas, mouriscos e mouriscos, todos eles vistos pelos viajantes portugueses nas suas várias expedições.
A construção iniciou-se num afloramento rochoso de basalto junto à margem do rio. A fortificação foi parcialmente construída com pedras recolhidas para a construção do Mosteiro de Santa Maria de Belém. O projeto foi confiado ao arquiteto português Francisco de Arrudda, a quem D. Manuel I chamou "o mestre de obras da fortaleza de Belém".
Assim, em 1516, iniciou-se o fornecimento de materiais de construção para a edificação do forte. Inicialmente, o tesoureiro da obra, Diogo Rodriguez, atribuiu 763 blocos e 504 pedras para a construção. Enquanto se construíam as fortificações, a foz do rio era guardada por uma nau de mil toneladas, fortemente armada, denominada "Grande Nau".
A torre ficou concluída em 1519, apenas dois anos antes da morte de D. Manuel I. Gaspar de Paiva foi nomeado provisoriamente comandante da fortaleza e, em setembro de 1521, os seus poderes tornaram-se permanentes. Tornou-se o primeiro alcaide (capitão-general) da fortaleza. A fortaleza foi baptizada de Castelo de São Vicente, em honra do padroeiro de Lisboa. Desde então, tem servido como fortaleza defensiva e tem sido utilizada alternadamente como depósito de pólvora, zona de detenção de prisioneiros e alfândega.
Características arquitectónicas
Embora a arquitetura da Torre de Belém reflicta o estilo manuelino do Portugal renascentista, existem também vestígios de outros estilos. Em particular, a arquitetura do edifício apresenta um estilo mourisco. Isto é atribuído ao facto de o arquiteto Francisco de Arruda, autor do projeto, ter trabalhado durante algum tempo nas fortificações portuguesas em Marrocos. Há também elementos góticos e renascentistas na composição arquitetónica.
A fortaleza é composta por duas estruturas principais: uma torre com cerca de 35 metros de altura, com estátuas de S. Miguel e S. Vicente, e um baluarte hexagonal com dezassete canhoneiras para armas de fogo.
A Torre de Belém foi construída em calcário bege-branco de Lioz sobre uma saliência de rocha basáltica pertencente ao complexo vulcânico Lisboa-Mafra. A estrutura do século XVI é considerada uma das principais obras do Manuelino Tardio Gótico português. Os traços característicos deste estilo são bem visíveis nas abóbadas nervuradas, nas talhas decorativas e nas elegantes decorações com temas náuticos - cordas torcidas, imagens de esferas astronómicas e nós náuticos.
Nos cantos, há torres cilíndricas, onde se colocavam sentinelas. São coroadas por graciosos topos, e as bases das torres estão decoradas com imagens de animais. Na parte noroeste da fachada, do lado direito, encontra-se uma famosa escultura de um rinoceronte. Há uma lenda interessante relacionada com ela.
Acredita-se que uma vez o rei D. Manuel I de Portugal se perguntou qual era o animal mais forte - o rinoceronte ou o elefante. Para o efeito, foi decidido organizar um combate entre eles às portas de Lisboa. No entanto, a competição falhou porque o elefante fugiu. Assim, o rinoceronte foi declarado vencedor. Como agradecimento pela bênção dos marinheiros portugueses em expedições de longo curso, foi decidido oferecê-lo como presente ao Papa Leão X, em 1515. O presente não foi entregue, pois o navio que o transportava afundou-se, mas em honra deste rinoceronte os escultores fizeram um monumento com a forma da cabeça do animal. Esta escultura serviu mais tarde de protótipo para a famosa gravura de Albrecht Dürer.
Informações sobre a visita à Torre de Belém, horários de funcionamento e preços dos bilhetes
A Torre de Belém está atualmente aberta ao público. Está situada na Av. Brasília, 1400-038 Lisboa, Portugal. Pode lá chegar através do elétrico 15 ou dos autocarros 27, 29, 43, 49, 51.
Pode visitar a Torre de Belém de maio a setembro das 10:00 às 18:30 diariamente ou de outubro a abril das 10:00 às 17:00 em todos os dias exceto às segundas-feiras. Por razões de segurança, não podem estar no interior mais de 120 pessoas de cada vez, pelo que poderá haver uma fila à entrada.
O custo de um bilhete normal é de 6 euros. Os estudantes, pensionistas e titulares do cartão jovem podem comprá-lo a um preço reduzido de 3 euros. Aos domingos e feriados, os residentes em Portugal podem visitar a fortaleza gratuitamente. Existe um desconto de 60% para crianças com menos de 12 anos, deficientes ou incapacitados.
Sítio Web oficial da Torre de Belém: https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/dgpc/m/torre-de-belem/
Artefactos e exposição
No interior do baluarte, com a sua escada em caracol na parte norte, existem dois salões com tectos abobadados suportados por arcos de pedra. As casamatas da torre contêm armas de fogo, recordando o objetivo militar da fortificação.
O primeiro andar tem estátuas de São Vicente de Saragoça e do Arcanjo Miguel em nichos nos cantos nordeste e noroeste.
O terceiro andar tem janelas duplas com balaústres com duas esferas armilares entre elas.
O último andar tem um terraço e uma plataforma de observação. O terraço está rodeado por um muro baixo com ameias e quatro torres de vigia nos cantos com janelas de observação e tectos abobadados. O terraço aberto oferece uma bela vista da paisagem circundante - antigamente, o Rei de Portugal costumava saudar os viajantes que regressavam das expedições a partir daqui.
Na parte sul do terraço do mosteiro, encontra-se uma imagem da Virgem e do Menino. A estátua da Virgem Maria de Belém é representada com um cacho de uvas na mão esquerda e segurando o menino no seu braço direito dobrado.
O papel da Torre de Belém na história e no património cultural de Portugal
A Torre de Belém é um dos poucos monumentos históricos em Portugal que sobreviveram ao terramoto de 1755. Está classificada como sítio protegido pela UNESCO e é um dos destinos turísticos mais populares.
A Torre de Belém é um símbolo da época das grandes descobertas geográficas e a famosa escultura de um rinoceronte numa das paredes do baluarte inspirou o artista Albrecht Dürer a criar a famosa gravura do Rinoceronte. Esta imagem do animal foi utilizada em muitos manuais escolares como uma ilustração fiável até aos anos 30 do século XX. O artista compilou-a a partir de descrições e desenhos disponíveis na altura. Nesta gravura, o rinoceronte tem uma crista recortada no dorso e está como que acorrentado em lats, pelo que o rinoceronte foi durante muito tempo representado como se estivesse "vestido" com uma armadura. A pele áspera destes animais é dividida por pregas e pende para baixo, de modo a assemelhar-se realmente a uma armadura, pelo que os rinocerontes indianos são também designados por blindados.
A gravura de Dürer inspirou o pintor espanhol Salvador Dalí a criar a escultura "Rhinoceronte vestido con puntillas" (Rinoceronte vestido com rendas) em 1956. Outra variante do título é Rhinoceronte vestido con puntillas. Desde 2004, a escultura está exposta na marina de Marbella.
Ler também o artigo 10 melhores sítios para visitar em Lisboa.
Perguntas Frequentes
Quem mandou construir a Torre de Belém?
A Torre de Belém foi encomendada pelo rei D. Manuel I como parte do sistema de defesa de Lisboa no início do século XVI.
Como chegar a Torre de Belém?
Para chegar à Torre de Belém, você pode pegar o elétrico número 15E ou o autocarro número 727, que têm paragens próximas ao local.
Como ir de Lisboa a Torre de Belém?
Para ir de Lisboa à Torre de Belém, pode apanhar o elétrico 15E ou autocarros como o 714, 727 ou 751.
Em que ano se iniciou a construção da Torre de Belém?
A construção da Torre de Belém começou em 1514.
Quais são os restaurantes perto da Torre Belen?
Restaurante Ponto Final, À Margem, Restaurante Grelhados da Doca, Casa Pasteis de Belém, Restaurante Bica do Sapato, Restaurante Nunes Real Marisqueira.