Hong Kong
Provavelmente não há outro lugar no planeta que cause tanta dificuldade em definir o seu estatuto.
O que é isto – um Estado separado, apenas uma enorme cidade asiática com habitação astronomicamente cara ou uma autonomia dentro da China? Na verdade, Hong Kong é tudo isto e mais: depende do ponto de vista.
Informações gerais
A cidade mais alta do mundo tem tudo para o lazer em qualquer formato. Quer ir à praia? Seja bem-vindo a Shek O, Ripals Bay, Tai Long Wan e dezenas de outros locais maravilhosos, onde pode tomar sol e mergulhar nas águas do Mar da China Meridional.
Gosta de risco, emoção e acredita na sorte? Então vá ao casino a bordo de iates luxuosos, atracados bem na costa. E se as emoções fortes não forem suficientes, vá aos casinos da vizinha Macau, a apenas 60 quilómetros de distância — lá é ainda mais interessante.
Consideram-no um shopaholic incurável? Então, ao preparar-se para uma viagem a Hong Kong, não se esqueça de levar algumas malas espaçosas: fazer compras nos centros comerciais Pacific Place, Landmark, Times Square e centenas de outros, sem falar nas inúmeras boutiques, é o paraíso para quem não consegue imaginar a vida sem compras diárias.
Os apreciadores da cultura asiática, da arquitetura e da natureza também ficarão encantados – tudo isso também pode ser apreciado sem sair dos limites desta fantástica cidade-estado.
Referência histórica
Hong Kong pertenceu à China desde tempos antigos: primeiro como parte do Império Han, depois como território de várias dinastias imperiais – Song do Sul, Ming e Qing. Até ao início das guerras do ópio com a Grã-Bretanha, nas décadas de 1830 e 1840, era uma pequena vila de pescadores, onde, além dos pescadores, viviam e ganhavam a vida comerciantes, apanhadores de pérolas e produtores de sal. Aqui também viviam vendedores de todo o tipo de perfumes. É a eles que a ilha deve o seu nome: traduzido, significa “baía perfumada”.
No início de 1840, ocorreu um dos eventos mais importantes da história de Hong Kong, que determinou em grande parte o seu destino futuro. Como resultado da Primeira Guerra do Ópio, a China foi forçada a ceder este território à Grã-Bretanha e, dois anos depois, através do Tratado de Nanking, transferiu-o para uso perpétuo.
Em pouco tempo, o novo governo declarou Hong Kong um porto livre – um local de comércio isento de impostos –, para onde chineses de outras regiões do Império Celestial começaram a se mudar imediatamente. Em poucos meses, a população cresceu quase 10 vezes e atingiu cerca de 6 mil pessoas – comerciantes, marinheiros, pescadores.
Começou a construção das primeiras infraestruturas – escritórios e armazéns de empresas britânicas, interessadas nas condições muito vantajosas de comércio e produção. Surgiu a primeira rua da futura metrópole, batizada em homenagem à rainha britânica Vitória.
Mas todos eles foram destruídos em pouco tempo por desastres naturais: primeiro, tufões e, depois, um incêndio destruíram completamente as construções da cidade. Hong Kong teve que ser reconstruída do zero.
Na mesma época, em meados do século XIX, missionários das igrejas católica, anglicana e batista chegaram às ilhas da recém-adquirida colónia, sendo posteriormente acompanhados por outras comunidades religiosas europeias e americanas, e foram abertas as primeiras escolas e até faculdades.
Gradualmente, Hong Kong tornou-se um importante centro de comércio internacional, e grandes empresas mudaram-se da China para cá. Como resultado, começou o afluxo de refugiados chineses, que se tornaram mão de obra barata no porto, nas docas de reparação naval, bem como em inúmeros casinos e casas de prostituição. Foi então que Hong Kong ganhou a reputação de local de perdição, que ainda hoje o acompanha.
As guerras do ópio subsequentes e as inevitáveis perdas económicas associadas deterioraram significativamente a posição de Hong Kong, mas, em geral, a cidade continuou a ser o principal posto avançado britânico no sul da Ásia.
Em junho de 1897, a colónia britânica expandiu significativamente os seus domínios: uma convenção assinada com a China garantiu o direito a um arrendamento de 99 anos dos chamados Novos Territórios – 376 milhas quadradas de terras adjacentes à parte norte das ilhas. Em um ano, foi feita a demarcação da fronteira entre eles e o Império Celestial.
Curiosamente, a China nunca recebeu o aluguel prometido por quase cem anos, embora a Grã-Bretanha nunca tenha contestado nem o fato do acordo em si, nem a obrigação de pagar pelo uso das terras.
A Revolução Xinhai de 1911 na China trouxe não só o colapso da última dinastia imperial, mas também uma onda de violentos distúrbios em Hong Kong. A colónia foi assolada por uma onda de criminalidade e uma nova redistribuição das esferas de influência.
A década de 1920 foi mais um desafio para ele: houve greves sindicais, seguidas por um golpe armado e uma tentativa de revolta, que o governo reprimiu de forma metódica e severa, uma após a outra.
Gradualmente, a situação se estabilizou, a colónia voltou a apresentar algum crescimento económico, mas tudo mudou com o início da Segunda Guerra Mundial: em dezembro de 1941, Hong Kong foi ocupada pelo Japão. A ocupação durou quatro anos e trouxe destruição e miséria aos habitantes da cidade. Durante esse período, mais de 20 mil edifícios foram destruídos e cerca de 200 mil pessoas ficaram sem casa.
Após a guerra, começou uma reconstrução em grande escala, que foi novamente intensificada pelos chineses ricos que fugiram da China continental, onde a guerra civil eclodiu mais uma vez.
Os tempos difíceis duraram mais de uma década: a China estava em constante turbulência, e em Hong Kong havia greves e o tráfico de drogas voltou a se intensificar. Começou uma nova redistribuição de esferas de influência, na qual a China fortalecia a sua posição a cada ano.
Em 1997, terminou o prazo do arrendamento britânico dos Novos Territórios, e eles voltaram legalmente ao seu antigo proprietário – a China. Hong Kong tornou-se uma região administrativa especial, Xangai, que recebeu do governo chinês garantias de preservação de todas as leis, ordens e modo de vida anteriormente vigentes por meio século.
Atualmente, Hong Kong é, de jure, parte da China e, de facto, um Estado dentro do Estado, com a sua própria polícia, sistema financeiro e fiscal e moeda. Até mesmo a sua adesão a várias organizações internacionais é formalizada de maneira especial: nas placas dos participantes de Hong Kong durante eventos oficiais está sempre escrito: Hong Kong, China.
Passaram-se 200 anos e Hong Kong continua a ser um porto livre e uma cidade com impostos muito baixos, com o estatuto e os privilégios de uma zona offshore, o que se reflete de forma muito favorável na sua situação económica e no seu nível de vida.
Geografia e clima
Hong Kong é um arquipélago de 262 ilhas no Mar da China Meridional, sendo as maiores delas Hong Kong e Lantau. Ocupa a parte sul das regiões costeiras da China e não tem fronteiras com outros países.
O relevo das ilhas é montanhoso e acidentado, sendo que grande parte delas ainda não foi explorada nem povoada. Na zona costeira, há muitas baías e quilómetros de praias de excelente qualidade.
O clima aqui é subtropical monçônico, com duas estações: chuvosa e seca. O clima mais agradável para os turistas europeus em Hong Kong é de dezembro a março, quando ocorre a estação seca. Nesse período, o calor diminui para temperaturas agradáveis – +23-26 graus. A humidade do ar ainda é perceptível, mas é muito mais suportável.
Consequentemente, de abril a novembro não é a melhor época para viajar para esta região da China. Na estação das chuvas, não há calor excessivo: a temperatura máxima é de +32-33 graus. No entanto, a humidade quase total devido às chuvas contínuas cria um abafamento insuportável e torna a vida em Hong Kong simplesmente insuportável. Até mesmo os habitantes locais, acostumados a tais extremos climáticos, sofrem com isso.
Não existe uma capital propriamente dita na nova região administrativa da China: suas funções são desempenhadas pelo distrito de Central and Western – pelo menos todas as instituições governamentais de Hong Kong estão localizadas lá.
População, idioma, moeda
Uma população de 7,5 milhões de pessoas vive no pequeno território desta cidade-estado única, e a densidade populacional é impressionante: 7 mil habitantes por quilómetro quadrado. Mas isso ainda não é tudo: na baía de Aberdeen, perto de Hong Kong, fica a ilha de Ap Lei Chau, onde, de forma surpreendente, coexistem até 60 mil pessoas em um quilómetro quadrado.
Para comparação: no restante do território da China, com 1,5 bilhão de habitantes, a densidade populacional é de apenas 142 pessoas/km².
Onde é que todos eles se alojam? A resposta é simples: em inúmeros arranha-céus. Hong Kong é a cidade com mais arranha-céus do mundo, que cresce não em extensão, mas em altura. A altura média dos edifícios residenciais locais é de 100 metros.
Os centros comerciais, edifícios de escritórios e outras construções modernas impressionam os turistas com a sua altura incrível e ainda mais vertiginosa. Por exemplo, o Centro Comercial Internacional local está situado nos 108 andares de um arranha-céus gigante, cuja altura chega a quase meio quilómetro e é de “apenas” 484 metros.
Curiosidade: assim como na China, aqui é impossível encontrar apartamentos ou escritórios com números que contenham o algarismo “4”. Ele é muito parecido com o hieróglifo que significa morte. Aqui nem sequer há quartos andares e, consequentemente, botões correspondentes nos elevadores. Os números 44, 444 e 4444 são considerados especialmente azarados.
Mas o oito é uma história completamente diferente: este número simboliza prosperidade, felicidade e longevidade. Portanto, comprar um número de carro ou de telefone com muitos “8” é uma sorte incrível, e eles custam muito mais caro do que os normais.
A composição étnica de Hong Kong é homogénea: 92% dos habitantes são chineses. O restante são imigrantes de outros países asiáticos que se mudaram para cá em diferentes épocas, vindos do Vietname, Índia, Paquistão, Filipinas e Indonésia. Há também um certo número de pessoas da Europa e dos EUA.
Hong Kong tem duas línguas oficiais, ao contrário do resto da China: chinês e inglês. Mais de um terço dos habitantes usa ativamente o inglês.
Aqui fala-se o dialeto cantonês da língua chinesa, embora o domínio do mandarim – o dialeto oficial e mais difundido da China – seja atualmente obrigatório para todos os funcionários de instituições públicas e bancárias, bem como de grandes redes comerciais.
As relações entre os habitantes de Hong Kong e os chineses continentais também são interessantes: o seu nível de vida é radicalmente diferente, por isso os habitantes de Hong Kong olham para os seus novos compatriotas com um certo desdém – como se fossem parentes pobres. Eles raramente e relutantemente viajam para a China – principalmente porque, na opinião deles, lá é muito barulhento e sujo.
As duas principais fraquezas dos habitantes de Hong Kong são iPhones e artigos de marca: roupas, sapatos e todo o tipo de bolsas. Estão dispostos a gastar quantias exorbitantes nessas compras e, nos dias de lançamento de novos modelos, os centros comerciais ficam lotados, com uma agitação frenética.
A moeda nacional é o dólar de Hong Kong (HK$), uma das moedas mais negociadas do mundo. A sua taxa de câmbio em relação ao dólar americano no momento da redação deste artigo é de 7,8:1, e em relação ao euro é de 9,1:1.
Como chegar a Hong Kong?
Normalmente, não há voos diretos entre Portugal e Hong Kong, pelo que a viagem implica, pelo menos, uma escala.
Os voos mais convenientes são aqueles com escalas nos grandes hubs europeus – Londres (Reino Unido), Paris (França), Frankfurt (Alemanha) ou Madrid (Espanha), bem como em Istambul (Turquia), Dohe (Catar) ou Dubai (Emirados Árabes Unidos). É possível partir dos principais aeroportos de Portugal, nomeadamente Lisboa e Porto. O preço dos bilhetes depende da época do ano e da companhia aérea, e a duração total da viagem é normalmente de cerca de 15 a 18 horas, sem contar com a duração das escalas.
Os voos da Europa chegam ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, localizado na ilha de Lantau. Trata-se de um aeroporto moderno, que figura constantemente na lista dos melhores do mundo em termos de serviço e organização. O antigo aeroporto da cidade, conhecido pelas suas complexas medidas de aterragem, já não é utilizado para voos civis.
Os cidadãos portugueses não precisam de visto para viajar para Hong Kong, se a duração da estadia não exceder 90 dias. Isso torna o destino conveniente para viagens turísticas, de negócios e visitas privadas de curta duração.
Os viajantes experientes sabem que o período sem visto pode ser renovado saindo de Hong Kong e entrando novamente na região. Na maioria das vezes, para isso, visitam-se Macau, mesmo que seja por algumas horas. Após o regresso, a contagem da estadia sem visto permitida recomeça.
No entanto, é importante lembrar que todas as passagens pela fronteira são registadas pelos serviços de migração. O uso excessivo dessa prática pode levantar suspeitas e resultar na recusa de entrada ou deportação.
A diferença horária entre Portugal e Hong Kong é de +7 horas no verão e +8 horas no inverno. Ou seja, se em Lisboa são 20:00, em Hong Kong já são 03:00 ou 04:00 da manhã do dia seguinte.
Onde ficar?
Ao planear uma viagem a Hong Kong, é preciso estar preparado para três coisas:
- preços exorbitantes de vida em geral e de hotéis em particular. Um quarto no hotel 3* mais barato custará entre 150 e 200 dólares por noite, enquanto os luxuosos 5* surpreendem com valores de quatro dígitos. Em comparação, até Mónaco ou Luxemburgo parecem exemplos de moderação de preços;
- quartos minúsculos, mesmo em hotéis caros. A área normal, incluindo a casa de banho e o hall de entrada, é de 20 m²;
- ruído constante nas ruas a qualquer hora do dia. Hong Kong nunca dorme, e a insonorização deixa a desejar, por isso os tampões para os ouvidos são essenciais para um sono confortável.
E mesmo com esses preços, ninguém garante a limpeza do quarto e do banheiro – esse problema é comum em toda a China.
Por isso, os preços elevados e o nível médio de serviço tornam duvidosa a conveniência de se hospedar em hotéis. É melhor procurar alojamento através de serviços de aluguer – Airbnb ou Booking.com. Lá você pode encontrar milhares de ofertas relativamente decentes, de 15 a 50 dólares por noite.
Mas aqui também é preciso ter cuidado:
- as fotos e a realidade muitas vezes diferem, por isso escolha apenas opções com comentários e fotos reais de turistas;
- às vezes, as mesmas fotos são indicadas em endereços diferentes;
- os móveis são mínimos, muitas vezes sem armários e mesas;
- pode não haver louça, por isso verifique se planeia cozinhar;
- o espaço é tão pequeno que é difícil para duas pessoas adultas ficarem na sala ao mesmo tempo.
Dica de viajantes experientes: mesmo que você esteja viajando sozinho, reserve apartamentos de dois ou três quartos – para uma pessoa, essa é a opção ideal.
A zona mais popular e barata é a península de Kowloon. Aqui, na zona de Tsim Sha Tsui, há muitos arranha-céus residenciais e os preços de aluguer são moderados – cerca de 30 USD por noite. Perto dali estão quase todas as principais atrações: o show de laser Symphony of Lights, shopping centers, restaurantes, clubes, bem como o calçadão com a Avenida das Estrelas. Há também um ferry para viagens a outras ilhas.
Se você estiver viajando para desfrutar da praia, a melhor opção será a área de Repulse Bay ou Stanley – praias maravilhosas e apartamentos à beira-mar.
Para excursões turísticas, a área de Wan Chai é ideal – é aqui que se encontram a maioria dos templos e belos exemplos da arquitetura colonial.
O que ver?
Hong Kong é considerada o centro comercial e financeiro do sul da Ásia, por isso não pode se orgulhar de ter muitos pontos turísticos. Isso é especialmente notável quando comparado com o resto da China, com sua grandiosa Grande Muralha, o lendário mosteiro de Shaolin, o Museu Nacional do Chá e outros locais famosos em todo o mundo.
A maior parte da cidade é composta por arranha-céus modernos, atrás dos quais às vezes é difícil ver outros locais interessantes. Mas você certamente não ficará entediado em Hong Kong.
Espetáculo de luzes “Sinfonia de Luzes”
O programa de luzes e música na orla de Tsim Sha Tsui dura apenas dez minutos, mas em termos de impressões, pode ser comparado a um espetáculo completo – de tão encantador que é.
O espetáculo encantador começa pontualmente às 20h, hora local, e é composto por cinco partes, ligadas entre si de forma lógica e musical.
- A primeira parte – “Despertar” – lembra um vulcão a acordar: os flashes de luz são inicialmente esparsos e curtos, mas gradualmente ganham força e velocidade.
- O efeito é intensificado pelo reflexo nas fachadas de mais de 40 arranha-céus – parece que os próprios edifícios se juntam à incrível dança do fogo.
- Em seguida, o espetáculo reflete a energia de Hong Kong – dinâmica, vibrante e mutável. O ritmo acelera: em vez de flashes, surgem fluxos de luz que formam imagens caprichosas.
- Em seguida, o céu noturno se ilumina com tons dourados e vermelhos – as cores nacionais da China, lembrando as origens e a unidade do país.
- A quarta parte simboliza a união de Hong Kong e da China: feixes de luz de diferentes lados da baía se fundem em um único ponto.
- Os dois minutos finais são o clímax do espetáculo, com luzes dançantes e fogos de artifício.
Tudo isso é acompanhado por música folclórica, tocada em instrumentos tradicionais chineses.
A “Sinfonia de Luzes” pode ser vista todos os dias, exceto em casos de desastres naturais ou eventos extraordinários. O melhor lugar para assistir é o mirante do Pico Victoria, o ponto mais alto da metrópole.
Disneyland

O parque de diversões local na ilha de Lantau é mais parecido com uma reserva natural nacional. É composto por sete áreas temáticas:
- Garganta do urso pardo.
- País dos brinquedos.
- País das fantasias.
- País das aventuras.
- País do futuro.
- Mundo misterioso.
- Avenida principal.
À primeira vista, parece um típico Disneyland com montanhas-russas e atrações, como nos EUA ou na Europa.
No entanto, o parque de Hong Kong tem uma particularidade: durante a sua criação, os princípios do feng shui foram rigorosamente seguidos.
Aqui, não só é possível andar nas atrações, como também passear pela Floresta dos Contos de Fadas, encontrar ursos-pardos, alimentá-los e ainda andar de comboio pelo parque inteiro.
Grande Buda
A majestosa estátua da divindade suprema dos budistas é outro ponto obrigatório no programa dos turistas. Em uma colina de 500 metros no centro de Lantau, ergue-se uma figura de Buda de 34 metros e 250 toneladas.
É uma espécie de “caixa chinesa” com um segredo: no interior, em três andares, encontram-se as salas da Caridade, do Universo e da Memória.
- A primeira sala é dedicada ao caminho terreno de Buda.
- Na segunda, a principal exposição é o quadro «Sermão de Faim».
- Na terceira, encontra-se um fragmento das relíquias do santo.
Aldeia piscatória de Tai O
Parece que o tempo parou há milhares de anos neste pequeno recanto do oeste de Lantau. As casas dos pescadores ainda estão construídas sobre estacas na água, e entre elas navegam lentamente os barcos – o único meio de transporte da aldeia.
A atmosfera da antiga Hong Kong, recriada na aldeia piscatória de Tai O, contrasta fortemente com a metrópole moderna. Este lugar inspira tranquilidade, reflexão e descanso. Vale a pena visitar.
O que experimentar?
Hong Kong é um lugar onde a vida empresarial é literalmente agitada, e seus habitantes estão acostumados a trabalhar muito – afinal, é preciso pagar contas exorbitantes por literalmente tudo! É por isso que aqui não é costume perder tempo a cozinhar em casa: para quê ficar ao fogão numa cozinha minúscula, onde não há espaço para se virar, se pode ir ao restaurante mais próximo ou ao seu café favorito e jantar bem?
Aí está a resposta para a pergunta: por que é que nos apart-hotéis e apartamentos alugados de Hong Kong pode muito bem não haver nem mesmo xícaras, sem falar em utensílios de cozinha ou micro-ondas?
Aqui, há muito tempo que se habituaram a comer fora de casa para poupar tempo e relaxar após um dia de trabalho exaustivo. No entanto, há quem diga que há outra razão para este fenómeno: a preguiça banal dos habitantes da metrópole, que não estão assim tão cansados, mas simplesmente não querem ter de se preocupar com comida e louça.
Seja como for, em Hong Kong desenvolveram-se regras alimentares próprias, que todos seguem – tanto os habitantes locais como os turistas. Aqui, ninguém pede porções individuais como na Europa ou nos EUA, e ninguém vai sozinho ao restaurante. Normalmente, toda a família, um grupo de amigos ou colegas sentam-se à mesa. Assim, o pedido é feito para todos e não são servidos pratos individuais: todos comem com pauzinhos de um único prato, sem escolher os pedaços «mais saborosos».
Quanto à cozinha nacional, basicamente não existe: a base de todos os menus em Hong Kong é arroz, legumes, frutos do mar, ovos, aves, carne de porco e carne bovina. As tradições culinárias de Cantão, as receitas dos colonialistas britânicos, a cozinha indiana, paquistanesa e americana – assim é o caleidoscópio gastronómico de Hong Kong. No entanto, existem alguns pratos que deve experimentar nesta metrópole asiática.
Cha Siu – um grande sucesso gastronómico que pode ser encontrado tanto em vendedores ambulantes de fast food como em restaurantes caros. Trata-se de fatias finas de carne marinadas com mel e especiarias e depois fritas rapidamente para não perderem a suculência e a maciez. Como acompanhamento de uma porção de Cha Siu, há sempre uma montanha de arroz solto e muitos legumes frescos.
Dim Sum é um verdadeiro cartão de visita da gastronomia de Hong Kong: quando se está aqui, é obrigatório provar estes bolinhos. O recheio é composto por os mais diversos ingredientes – até mesmo frutas –, e a massa, feita de farinha de arroz, é estendida até ficar quase transparente. O dim sum é cozido no vapor e servido em cestos de vime. É incrivelmente delicioso, e o ato de comê-lo é viciante como sementes de girassol – é impossível parar.
Como sobremesa, recomendamos waffles de Hong Kong e chá com leite. Essas waffles são únicas, pois não contêm massa no sentido clássico, mas apenas ovos bem batidos com recheios variados: chocolate, baunilha, morango e outros. Elas devem ser consumidas apenas quando preparadas na hora, pois sua crocância incomparável só se mantém nos primeiros minutos.
Uma chávena de chá com leite de Hong Kong – uma saudação da época do domínio britânico. O costume de beber chá com leite foi trazido pelos ingleses, e os habitantes locais desenvolveram mais tarde a sua própria receita.
Ao contrário da variante britânica, em que o leite apenas ameniza o amargor do chá, o chá com leite de Hong Kong deveria ser chamado de «leite com chá». Primeiro, prepara-se um chá forte e, em seguida, adiciona-se leite, de modo que apenas um leve sabor de chá permanece.
O chá com leite de Hong Kong é consumido de várias maneiras – com ou sem açúcar. A bebida não é do agrado de todos, mas se quiser conhecer melhor a culinária de Hong Kong, não deixe de experimentar uma chávena deste chá acompanhada de waffles crocantes.
O grande número de cafés, restaurantes e estabelecimentos de fast food gera uma forte concorrência entre eles. Como resultado, os preços aqui são agradavelmente acessíveis, especialmente tendo em conta o alto custo de vida nesta cidade-estado. A conta média sem álcool num restaurante normal é de apenas cerca de 20 dólares americanos.
Hong Kong não é apenas uma enorme cidade de arranha-céus, mas também mais uma região do Império do Meio e o coração da vida empresarial asiática. Para os seus visitantes, pode tornar-se um baú mágico com mil segredos — basta ter vontade de o abrir.






