Açores
Os Açores são um arquipélago situado no Atlântico. Abrigam pitorescas lagoas e lagos de origem vulcânica, numerosas grutas sombrias com cavernas misteriosas, fortalezas antigas e luxuosos complexos palacianos. Existem também plantações de chá, tangerina e ananás, bem como marinas para iates.
Número de ilhas | 9 |
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A maior ilha | São Miguel |
O ponto mais alto | 2351 m |
Área total | 2322 m² |
Coordenadas | 38°36 N, 27°59 W |
População superior | 250 mil pessoas |
Moeda | Euro |
Fuso horário | GMT -01:00 |
A capital | Ponta Delgada |
Geografia e clima
O maior pico dos Açores e de todo o território português é o vulcão do Pico. A sua altura é de 2351 metros e ainda está ativo. No total, o arquipélago é constituído por nove ilhas. A maior delas é São Miguel. Abrange uma área de 742 quilómetros quadrados e alberga cerca de 137 mil pessoas.
Em geral, o clima dos Açores é semelhante ao dos subtropicais. No inverno, o ar aquece, em média, até +19 graus e no verão até +25 graus. A quantidade máxima de precipitação por mês é de 110 mm. De junho a setembro, o tempo é seco e nublado. O tempo nas ilhas é variável ao longo do dia, por vezes nublado, por vezes chuvoso, por vezes soalheiro e limpo. Este facto deve-se à sua localização geográfica especial, quase na parte central da corrente do Golfo.
Para além da ilha de São Miguel, destacam-se as ilhas do Pico e Terceira, que se distinguem pelas suas infra-estruturas bem desenvolvidas e pela presença de numerosas atracções naturais. Existem ainda as ilhas de São Jorge, Graciosa, Flores, Fajal, Santa Maria e a mais pequena, Corvoo.
O período mais favorável para férias nos Açores é de junho a setembro. A temperatura da água do mar nesta altura do ano chega a atingir os 30 graus.
As ilhas têm muitos lagos grandes e pequenos formados em crateras vulcânicas.
História
Não há informações exactas sobre a descoberta dos Açores. Há uma versão de que terão surgido na época cartaginesa. Este facto é comprovado pelas moedas púnicas encontradas na ilha do Corvo. A existência das ilhas era conhecida pelos normandos e pelos árabes. É muito provável que os vikings tenham visitado a ilha no século IX.
Na Idade Média, os Açores também foram mencionados pelos europeus. Os primeiros mapas e atlas dos Açores, elaborados por espanhóis e italianos, datam dos séculos XVII e XVIII. Não se sabe ao certo qual dos marinheiros do Infante D. Henrique foi o primeiro a desembarcar nestas paragens.
Segundo uma versão, terá sido Diogo de Silves. Chegou aos Açores em 1427. Em 1439, o monarca português confirma a descoberta das ilhas. O Infante D. Henrique recebe uma “licença de ausência” para efeitos de fundação. Nessa altura, os Açores eram considerados desabitados. Foram colonizados em 1439 por imigrantes oriundos da Península Ibérica. O século seguinte foi marcado pela chegada de povos de outros países europeus, principalmente do norte de França e da Flandres.
Em 1493, Cristóvão Colombo, vindo da América, parou em Santa Maria para assistir a uma cerimónia de oração na Igreja da Virgem da Ascensão. Desta forma, cumpriu uma promessa feita durante a sua viagem. Colombo chegou a ser preso como pirata, mas o marinheiro provou a sua inocência e foi libertado.
No século XVII, os Açores serviam de centro de comércio entre a Índia, os continentes europeu e norte-americano. Os galeões carregados de ouro e outros objectos de valor provenientes do Peru e do México entravam nos seus portos. Por esta razão, as ilhas eram regularmente atacadas por piratas franceses, argelinos, turcos e britânicos.
Os séculos seguintes foram mais calmos. E em 1829, a Terceira desempenhou um papel fundamental na oposição ao regime absolutista. Aqui se formaram forças liberais, que mais tarde se estenderam ao continente português.
Nos séculos XIX e XX, as ilhas desenvolveram-se sobretudo através da agricultura, da pecuária e da pesca.
Em 1907, o Império Russo recebeu uma proposta de compra do arquipélago por parte do Dr. Heinrich Abreu, mas esta foi rejeitada. O motivo foi a impossibilidade de equipar os Açores para uma base naval ou uma central de carvão em caso de confronto com a América, a Inglaterra ou o Japão.
Em 1976, os Açores foram reconhecidos como uma região independente de Portugal. Antes disso, estavam ocupados pela Grã-Bretanha.
Os Açores são muito importantes para Portugal e para o desenvolvimento do turismo no país. O seu ambiente continua a ser muito bom, o que não é menos importante.
O que visitar
Os Açores são famosos pela sua natureza espantosa, cidades e monumentos arquitectónicos. Atraem viajantes de todo o mundo.
As cidades
A maior cidade e centro administrativo dos Açores situa-se na ilha de São Miguel e chama-se Ponta Delgada. É interessante sobretudo pelos seus monumentos históricos e arquitectónicos, como a Igreja de São Sebastião. O seu nome foi dado em honra do santo padroeiro da vila. Outros locais importantes são o mosteiro e a capela de Nossa Senhora da Esperança. Podem ser considerados um tesouro de arte sacra. Aqui pode ver uma estátua do Cristo dos Milagres do século XVI e um painel de azulejos do século XVIII, da autoria de António de Oliveira Bernardes, o mais famoso mestre deste estilo.
O mosteiro de Ponta Delgada foi construído em 1541 e ainda se encontra em funcionamento, albergando monges franciscanos.
O principal exemplo da arquitetura militar do século XVI em Ponta Delgada é o Forte de São Brás, também chamado Castelo de São Brás. Perto dele, encontra-se um enorme monumento aos Emigrantes.
Outra cidade interessante dos Açores é Angra do Eroísmo, situada na ilha. Está incluída na lista do Património Mundial da UNESCO. Dentro dos seus limites encontram-se:
- a Câmara Municipal;
- a catedral;
- capelas decoradas com pinturas chamadas impérios;
- Monte Santa Bárbara;
- grutas vulcânicas.
A arquitetura antiga e única da cidade é combinada com uma paisagem natural espantosa.
Atracções naturais
Os Açores atraem os viajantes sobretudo pelas suas atracções naturais. As mais proeminentes são a Lagoa das Sete Sidades, a Serra do Piku e o Vale das Furnas.
A região das Sete Sidades é uma região lacustre da ilha de São Miguel. Num território modesto, existe um grande número de albufeiras. O nome Sete Sidades é interpretado como “Sete Cidades”. Surgiu em ligação com uma lenda que existia no país no século XVIII. Diz a lenda que, numa tentativa de escapar aos invasores árabes, sete bispos fiéis, levando as suas riquezas, viajaram para oeste através do Atlântico e acabaram por chegar às ilhas, onde fundaram sete aldeias.
Os habitantes locais estão habituados à visão de lagos azul-turquesa que ocupam crateras vulcânicas extintas, mas para os turistas esta visão é estranha.
Uma das principais atracções naturais dos Açores é a Montanha do Pico. Trata-se de um estratovulcão ativo, que ainda está adormecido. Este pico está localizado na Crista Média Atlântica. Eleva-se a 2351 metros acima do nível do mar. Outra parte do vulcão, com 6098 km de comprimento, está escondida debaixo de água. A cratera do vulcão tem um diâmetro de 0,5 km e uma profundidade de 30 metros.
Muitos turistas dirigem-se às Furnas, uma bela lagoa situada numa pequena localidade da ilha de São Miguel. Está situada numa cratera vulcânica extinta. Esta lagoa é única pelo facto de estar rodeada de montanhas por todos os lados. O caminho até ela passa por belas serpentinas. Na entrada do lago encontra-se a capela da Virgem Maria do Império Celestial.
A ilha de São Miguel é considerada o principal ponto turístico dos Açores. A maior parte das atracções turísticas mais interessantes do arquipélago encontram-se aqui. A capital da ilha, Ponta Delgada, tem muitos bons hotéis e restaurantes acolhedores. Isto significa que pode combinar passeios nos arredores pitorescos com a degustação de pratos locais e o descanso num hotel.
A ilha orgulha-se do seu Parque Terra Nostra, que cobre uma grande área. Ao enumerar os cartões de visita de São Miguel, gostaríamos de destacar os invulgares moinhos de água. Existem também muitas fontes termais nesta ilha, e a água da maioria delas é potável.
A Lagoa Ardente, localizada no norte de São Miguel, é considerada um marco histórico. Aqui pode saborear o prato tradicional primo das fournas.
Os turistas têm também a oportunidade de fazer excursões às plantações: tabaco, chá, café e fruta. Pode, por exemplo, visitar a fábrica de chá Correana.
Um lugar único na costa oeste de São Miguel é o Oceano Quente. Uma das baías locais tem acesso ao mar aberto e, em alguns locais, principalmente onde há pedras, a água é aquecida a 68 graus.
Iatistas de todo o mundo dirigem-se para a ilha do Faial. Há muitas praias aqui. Entre as atracções naturais, merecem destaque os vulcões dos Capelinhos e da Caldeira. A cratera deste último foi declarada área protegida. A costa da baía arredondada é uma praia de areia deslumbrante, onde os habitantes locais e os visitantes adoram apanhar sol.
Cultura e tradições
Os Açores são interessantes pela sua cultura e tradições. Aqui pode conhecer estilos de música e dança como a Chararrita e o Bailinho, o fado dos Açores. Os Açores são também famosos pela sua cerâmica tradicional.
As danças folclóricas tradicionais “bailinho” são acompanhadas de canto e música, dedicadas ao tema do amor, às tradições pastoris e aos acontecimentos mais significativos da ilha. Os passos dos bailarinos representam o pisar dos bagos de uva.
Quanto ao vestuário local, os habitantes do arquipélago vestem-se quase da mesma forma que a população do continente português. Até aos anos 30, o capote e capelo era adotado nos Açores. Tratava-se de uma grande capa que cobria a figura das mulheres e lhes permitia vislumbrar o rosto.
As festas locais também interessam aos turistas: A festa do Espírito Santo e o São João na ilha Terceira.
As celebrações realizam-se habitualmente em todas as ilhas do arquipélago. Durante as oito semanas que decorrem desde o Pentecostes até ao final do verão, as festividades podem ser observadas em todas as zonas. São organizadas cerimónias especiais em honra do Divino Espírito Santo. Para o efeito, são utilizados mini-edifícios chamados “imperios”, com paredes de cores vivas, no interior dos quais se encontra um altar coberto com um tecido de cetim branco como a neve. Sobre ele, encontra-se uma coroa de prata e um cetro, principais atributos deste culto.
San Juan é uma festa em honra de São João Batista. É celebrado a 23 de junho com procissões nas ruas à noite. Por ocasião desta festa, é costume fazer fogueiras, que representam a purificação da alma do mal e dos pecados.
Os transportes
Ao planear uma viagem aos Açores, é importante ter em conta a probabilidade de tempestades que interferem com as aterragens dos aviões. O arquipélago está localizado no coração da Corrente do Golfo, onde nasce o misterioso ciclone atlântico, que frequentemente traz tempo instável e quente ao continente europeu, especialmente no inverno. No inverno, o arquipélago é servido pela SATA, uma companhia aérea transatlântica proveniente do Canadá, dos Estados Unidos e de várias cidades europeias.
As companhias aéreas portuguesas TAP e SATA efectuam voos regulares para as ilhas de São Miguel, Terceira e Fajal. Os aviões partem do aeroporto de Lisboa várias vezes por semana. A duração da viagem é de 2,5 horas. A Sata Air Açores é responsável pelos voos diários entre as principais ilhas.
No verão, há também ferries entre as ilhas Gracioza, São Jorge, Terceira, Pico e Fajal.
Os Açores têm auto-estradas, pelo que a forma mais conveniente de se deslocar é de carro. O aluguer de um carro com gasolina por um dia custa cerca de 80 euros. O seguro custará cerca de metade deste preço.
Onde ficar
Não existem hotéis de luxo nos Açores. Como alternativa, pode considerar o aluguer de uma vivenda. Os turistas comuns ficam alojados em hotéis comuns. A maior ilha do arquipélago tem 65 km de comprimento e 15 km de largura. O alojamento pode ser alugado para toda a duração da viagem. A lista dos hotéis mais populares inclui
- Aqua - Populo Eco Village m. Ponta Delgada a partir de 75 euros por noite.
- Villa Varzea São Miguel a partir de 60 euros por noite.
- Moniz House Rua Manuel Gregorio Junior 15, Santa Cruz Da Graciosa a partir de 58 euros por noite
- A Casa Sousa Rua Maestro Manuel Viveiros Pimentel 7 Ginetes, Ponta Delgada, São Miguel a partir de 55 euros por noite.
O que experimentar
Uma viagem completa aos Açores inclui a degustação da gastronomia local. Recomendamos que preste atenção às Lapas - moluscos que vivem na faixa costeira do oceano, cozinhados de acordo com uma receita especial. Trata-se de um petisco muito popular nos Açores.
Outro prato português bem conhecido, o Cozido das Furnas, é cozinhado no subsolo, ao calor de um vulcão. Diferentes tipos de carne e legumes são colocados em camadas num grande recipiente. Este prato inclui carne de porco, carne de vaca, frango, enchidos locais shorisu e chouriço de sangue morsela. E os legumes - desde a couve branca às batatas e cenouras. Tudo isto é coberto com folhas de couve. Não se adiciona água nem especiarias. A panela com o conteúdo é estufada em calor vulcânico durante 6 horas. Os legumes absorvem o sabor da carne e a própria carne fica tenra.
Aconselha-se vivamente a todos os turistas que provem os ananases, as bananas e as tangerinas locais. São especialmente sumarentas nos Açores. Outra iguaria local é o queijo Queijo São Jorge. É produzido na ilha de São Jorge e apresenta-se nas variedades duro e semi-duro. É o rei dos queijos dos Açores e a sua receita foi trazida pelos colonos portugueses no século XVI.
Os pratos tradicionais podem ser degustados no restaurante Tradicional e Típico Quinta do Martelo, na ilha Terceira. A cozinha europeia também é servida aqui.
Outro bom restaurante que serve pratos mediterrânicos está localizado a 1,5 km de São Miguel e chama-se Michel.
Para um delicioso marisco, visite o Gastronomo Rua da Boa Nova São Pedro, Ponta Delgada.
Dicas para turistas
As infra-estruturas turísticas dos Açores são um pouco inferiores às do continente português e da Madeira, pelo que os viajantes devem estar preparados para esse facto. Não existem cadeias hoteleiras globais no arquipélago. Pode ser comparado a um mundo isolado.
Os estrangeiros são obrigados a respeitar as tradições e as regras locais e a mostrar amabilidade para com os habitantes locais.
Os Açores são talvez o único sítio em Portugal onde se pode praticar ecoturismo. Cada viajante tem liberdade de escolha e de deslocação.