Páscoa em Portugal
Em Portugal, a Ressurreição de Jesus Cristo (Páscoa) não é apenas mais um grande feriado religioso, mas um dia solene precedido de um jejum de vários dias de humildade, purificação e disponibilidade para a renovação. Este feriado é celebrado com uma escala e pompa especiais.

Como celebrar a Páscoa em Portugal?
Em Portugal, a Ressurreição de Jesus Cristo (Páscoa) não é apenas mais um grande feriado religioso, mas um dia solene precedido de um jejum de vários dias de humildade, purificação e disponibilidade para a renovação.
Este feriado é celebrado com uma escala e pompa especiais. Os portugueses, de religião maioritariamente católica, tratam a Ressurreição de Cristo com grande respeito, observando inúmeras tradições e costumes específicos de cada região do país.

A Páscoa em Portugal
A Páscoa é precedida pela Semana Santa. Trata-se de um período de rigorosa observância religiosa, com procissões temáticas nas cidades e aldeias que simbolizam o caminho de Jesus Cristo na cruz. A cidade de Braga, que é considerada o centro religioso de Portugal, tem um programa particularmente preenchido durante o período que antecede as férias e o feriado. De um modo geral, a Páscoa é uma época de convívio familiar, em que as famílias se reúnem e partilham uma refeição festiva para celebrar a Ressurreição de Cristo.
Semana Santa em Portugal
É sabido que a preparação para a Páscoa dos cristãos começa com um jejum de 40 dias. É durante este período que as igrejas em Portugal são decoradas com tecidos roxos para lembrar a oração, a reflexão, a contenção e a rejeição de alimentos e bebidas divertidos e em jejum. A Semana Santa é uma etapa importante que antecede a Santa Ressurreição.
A Semana Santa em Portugal é um período especial antes da Páscoa em que as pessoas sentem profundamente as suas tradições religiosas. Durante este período, os costumes e os rituais entrelaçam-se com as caraterísticas locais de cada região. Pode dizer-se que não são apenas sete dias antes da Páscoa, mas uma limpeza e preparação para uma das celebrações religiosas mais veneradas do ano. Todas as cidades e aldeias de Portugal têm um ambiente especial. As pessoas participam em vários rituais religiosos que são transmitidos de geração em geração.
Tradições de celebração em diferentes regiões
Braga, que se tornou o centro do bispado no século III, conserva ainda a sua profunda religiosidade. Durante a Semana Santa, a cidade veste-se de decorações festivas que retratam cenas da Paixão de Cristo. As ruas são decoradas com altares com flores e velas, que complementam a decoração festiva das igrejas.

Semana Santa – costumes e rituais
Entre os muitos rituais pascais, chama a atenção a Procissão do Enterro de Cristo, com os chamados farricocos – homens descalços, com túnicas roxas e encapuzados, carregando tochas. Trata-se de uma espécie de recriação do rito de arrependimento público que existiu até ao século XVI.

Farricocos na Semana Santa de Braga
Também a Irmandade da Caridade de Braga organiza, desde o século XV, a Procissão do Senhor Ecce Homo (“Eis o homem” – palavras de Pilatos ao mostrar Cristo à multidão). Na Quinta-feira Santa, ao fim da tarde, os habitantes da cidade apagam as luzes das suas casas e as ruas são iluminadas com archotes pelos farricocos, que percorrem a cidade, anunciando os pecados dos seus habitantes. De seguida, permanecem na rua enquanto a procissão prossegue. A procissão faz-se lentamente, em silêncio, em sinal de luto religioso.

Semana Santa de Braga
Já agora, o programa completo de eventos em Braga durante a Semana Santa e a Páscoa de 2025 pode ser consultado AQUI.
Outras regiões também têm as suas próprias peculiaridades: desde espectáculos teatrais a festivais locais. Em particular, a cidade de São Brás de Alportel, no Algarve, acolhe a procissão da Festa das Tochas, que ocupa o segundo lugar pelo seu ambiente. No Porto, no Domingo Santo, realiza-se uma procissão junto à igreja de Nossa Senhora da Esperança. Os espantalhos do traidor Judas são queimados à volta da catedral na Páscoa. Em Óbidos , as celebrações da Semana Santa estão entre as mais coloridas de Portugal e duram duas semanas. Durante a noite, realizam-se procissões com tochas e, durante o dia, são encenados os últimos momentos da vida de Jesus Cristo, incluindo a figura do Filho de Deus com uma coroa de espinhos e carregando uma cruz rodeado de soldados romanos. Em Tomar , os participantes na procissão transportam enormes cruzes cobertas de flores, que são queimadas no final de uma cerimónia especial.

O cortejo fúnebre de um enterro de bacalhau
Em Coimbra e na Figueira da Foz (e mesmo nalgumas zonas do Alentejo) existe uma tradição interessante: Entre outras procissões, o fim da Quaresma é aí celebrado com uma manifestação teatral de rua que imita um cortejo fúnebre – o enterro do bacalhau, simbolizando o fim das restrições alimentares da Quaresma.
O que a Semana Santa simboliza
Todas as igrejas celebram missas nas igrejas e procissões religiosas nas cidades e aldeias. Cada dia desta Semana Santa é dedicado a um acontecimento específico dos últimos dias da vida terrena de Jesus.
- O Domingo Santo, ou Domingo de Ramos para os católicos, é um análogo do Domingo de Ramos para os crentes ortodoxos. Neste dia, as pessoas vão à igreja com ramos de oliveira e de alecrim e participam numa procissão com ramos de palmeira. Recordam como Jesus entrou em Jerusalém para celebrar a Páscoa e como foi saudado com ramos de árvores e roupas estendidas ao pisar o chão.
- A Segunda-feira Santa comemora o facto de Jesus ter expulsado os comerciantes do templo. Este facto simboliza a purificação de tudo o que distrai da humildade espiritual.
- Na Terça-feira Santa , Jesus revela aos seus apóstolos a verdade sobre a traição e a negação que se avizinham, o que recorda a fraqueza humana e a necessidade de lealdade.
- A Quarta-feira Santa é dedicada à traição de um dos 12 apóstolos, Judas, que vendeu Jesus por 30 moedas de prata, simbolizando a fraqueza humana perante as coisas materiais e a traição.
- Na Quinta-feira Santa, a Bíblia descreve a prisão e a detenção do Filho de Deus. Neste dia, muitas cidades realizam procissões nocturnas, apelando ao arrependimento, e há tempo para refletir sobre o sacrifício de Jesus Cristo.
- A Sexta-feira Santa é um dia muito importante, o dia da subida de Jesus ao Calvário e da sua morte. Em Portugal, é um dia de folga em que muitas instituições e lojas estão fechadas.
- Sábado Santo: os portugueses chamam a este dia Sábado de Aleluia - depois de 40 dias de silêncio durante a Quaresma, ouve-se novamente a Aleluia na missa da noite, o que significa esperar pelo dia da Santa Ressurreição.

Sexta-feira Santa – o dia da subida ao Calvário e da morte de Jesus
As tradições da Semana Santa não são apenas costumes, fazem parte do património cultural de Portugal, o que a torna tão especial.
Páscoa em Portugal
A Páscoa é o principal feriado cristão dedicado à Ressurreição de Jesus Cristo dos mortos, que, segundo a crença cristã, teve lugar no terceiro dia após a sua crucificação. De acordo com os Evangelhos, após a crucificação e o enterro do Filho de Deus na sexta-feira, no terceiro dia (domingo) os seus discípulos descobriram que o túmulo do Salvador estava vazio, pelo que Jesus ressuscitou dos mortos. Esta festa simboliza a vitória da vida sobre a morte, a esperança da vida eterna e a expiação dos pecados. Tem um contexto histórico rico e diversas tradições celebradas em diferentes culturas de todo o mundo.
As origens das celebrações da Páscoa em Portugal remontam ao início da era cristã. Com a chegada dos romanos à Península Ibérica, o cristianismo começou a difundir-se e a Páscoa tornou-se num dos feriados mais importantes. Com o tempo, sob a influência da Igreja Católica, a celebração da Páscoa adquiriu caraterísticas próprias.
Na Idade Média, quando Portugal se tornou um reino independente, a Festa da Ressurreição de Cristo tornou-se um fenómeno não só religioso mas também cultural. As tradições e os costumes que se desenvolveram ao longo dos séculos reflectem ainda hoje a profunda fé e a identidade cultural dos portugueses.

Toda a família se reúne à mesa grande para celebrar a Páscoa
Neste dia, toda a família se reúne à volta de uma grande mesa festiva, depois de um serviço solene em honra da Ressurreição do Filho de Deus e de receber a bênção durante a missa nocturna. Até hoje, as donas de casa limpam e renovam minuciosamente as suas casas, preparam pratos tradicionais da Páscoa e compram roupas novas para celebrar esta grande festa com boa disposição, prosperidade e conforto familiar.
Um facto interessante: em 325 d.C., no Primeiro Concílio de Niceia, na Turquia, a Igreja Católica estabeleceu que a Páscoa seria sempre celebrada no domingo a seguir à primeira lua cheia do início da primavera.
Pratos tradicionais portugueses para a Páscoa
A Páscoa em Portugal é uma verdadeira festa de sabores e tradições, onde cada prato tem a sua própria história e significado simbólico. O prato principal da mesa festiva é o Folar, um pão tradicional da Páscoa que simboliza a união e a amizade. Existem muitas receitas de folar, desde doces a salgados, mas o seu significado permanece o mesmo - reunir a família numa mesa comum.
Folar
O folar é um pão de Páscoa (análogo ao bolo de Páscoa noutros países) cozinhado em Portugal. O pão contém água, sal, ovos e farinha de trigo. A forma e a receita específica diferem de região para região, mas, na maior parte dos casos, o folhar é servido com um ovo cozido inteiro no interior, que simboliza o renascimento e a ressurreição.

Pão de Páscoa tradicional Folar
Eis algumas variedades de folhar nas diferentes regiões de Portugal:
Nas regiões do nordeste de Portugal, em particular nas cidades de Chaves e Valpasos, o Folar de Chaves é um pastel popular recheado com várias carnes. Inclui carne de porco, fiambre, salpicão e linguica. Particularmente popular é o folar de Valpasos, feito de massa levedada que é generosamente recheada com carne de porco, fiambre, vários tipos de enchidos e outros ingredientes. Na sua confeção utilizam-se também ovos, banha de porco e azeite.

Foular de Chaves – pastéis recheados com carnes diversas
Em Elvas , o folar pode ter a forma de borrego, galinha ou pombo e ser decorado com amêndoas brancas e ovos cozidos. Em Castelo de Vida, o pão de Páscoa tem a forma de um coração duplo.
Para além da carne, há também versões doces do folhar. Por exemplo, o folhar de Olhão é composto por sete camadas de massa embebidas em açúcar derretido e canela. O folhar de anis e canela também é popular e é frequentemente o prato principal na mesa da Páscoa portuguesa.
Durante as festividades da Páscoa, os afilhados costumam levar um ramo de violetas à madrinha no Domingo de Ramos e, no Domingo de Páscoa, esta oferece-lhes um folhar.
Outros pratos de Páscoa
Para além do folhar, a Páscoa em Portugal é servida com pratos de borrego ou de cabrito, que simbolizam o sacrifício e o renascimento. Estes pratos são confeccionados de acordo com receitas tradicionais transmitidas de geração em geração. A tradição é judaico-cristã, com origem na história de Moisés e no ritual de sacrifício de cabras (descendentes de cabras e bodes) e cordeiros (descendentes de ovelhas e carneiros).

Tradicionalmente, a carne de cabra é assada em panelas de barro e num forno a lenha, embebida em vinho tinto e especiarias. Este prato é muito apreciado na região da Beira. Reza a lenda que a chanfana, um prato de cabra, era originalmente cozinhada no Mosteiro da Semida, na vila de Miranda do Corvo, a 25 quilómetros de Coimbra. Ainda hoje, a vila é conhecida como a “capital da chanfana” e existe até um museu dedicado a esta iguaria nacional.
O leitão assado é também um dos pratos mais tradicionais da Páscoa em Portugal, servido com batatas douradas e legumes, bem como pão acabado de cozer.

Os ovos de chocolate simbolizam a alegria e o espírito festivo
Os doces desempenham um papel importante nas celebrações da Páscoa. Os ovos de chocolate, as amêndoas e outras iguarias simbolizam a alegria e o espírito festivo. Entre as iguarias da Páscoa encontra-se um bolo de amêndoa coberto de caramelo e pintado de várias cores. Aliás, na região do Minho, no Norte de Portugal, o folar pode ser substituído por um pão de ló. Um dos mais famosos é o pão de ló, que começou a ser produzido no século XVIII.
Tradições pascais únicas nas regiões de Portugal
Visita Pascal
A visita pascal não é apenas um ritual religioso, mas uma história viva com mais de 500 anos e que continua a ser um fenómeno único que demonstra a profunda fé e as práticas culturais dos portugueses. Durante a Visita Pascal, pequenos grupos de crentes liderados por um padre ou representante religioso transportam uma cruz de casa em casa em quase todas as povoações, desde as grandes cidades até às aldeias mais pequenas. Esta cruz é um símbolo da Ressurreição de Cristo e é beijada em sinal de respeito e de fé.

As famílias aguardam a Visita Pascal no domingo
No Domingo de Páscoa, as famílias aguardam ansiosamente a visita pascal, pelo que as portas estão sempre abertas e o chão está coberto de pétalas de flores, criando um ambiente festivo de Páscoa. O padre toca um sino para anunciar a sua chegada e depois abençoa a casa e os seus habitantes com água benta.
Nas pequenas aldeias e cidades onde todos se conhecem, a Visita Pascal torna-se ainda mais pessoal. As famílias não só recebem a cruz, mas também oferecem aos fiéis doces e salgados de Páscoa, criando um ambiente de comunidade e de unidade.
Procissão da Burrinha em Braga
Desde 1998, a paróquia de São Victor acolhe todos os anos uma procissão bíblica única, denominada “Sereis o meu povo” ou Procissão de Nossa Senhora da Burrinha. Este evento, organizado pela paróquia e pelo conselho local, é uma reconstituição viva de episódios-chave da Bíblia. Os participantes na procissão, vestidos de personagens bíblicas como Abraão, Moisés e outros, percorrem as ruas da cidade, demonstrando a sequência cronológica dos acontecimentos desde o chamamento de Abraão até à fuga da Sagrada Família para o Egito. A procissão culmina com a aparição da Virgem Maria com o Menino Jesus montado num burro, simbolizando a humildade e a simplicidade.

Procissão de Nossa Senhora da Burrinha
O percurso da procissão percorre as principais ruas e praças da freguesia de São Victor, transformando a cidade num cenário vivo da história bíblica. Este evento não é apenas um rito religioso, mas também uma espécie de catequese que permite aos crentes compreender melhor a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.
Jogo da Páscoa na Madeira
Os madeirenses celebram o Domingo de Páscoa com a família e os amigos. As crianças divertem-se à procura de ovos de chocolate, as crianças mais velhas participam nos serviços religiosos e depois todos se reúnem para uma refeição festiva tradicional.
Para além das tradições religiosas e de uma refeição rica, os madeirenses jogam um jogo chamado Balamento ou Belamente antes da Páscoa. É normalmente jogado com vizinhos, amigos ou familiares.

Amêndoas da Páscoa
As regras do jogo são simples: dois (ou mais) jogadores combinam jogar juntos e tentam ser os primeiros a gritar “balamento” ao seu adversário. Para gritar esta palavra e ganhar pontos, é preciso apanhar o adversário de surpresa ou fazer-lhe uma emboscada. O jogador que gritar a palavra primeiro ganha um ponto. Os jogadores acordam o número de pontos necessários para ganhar. O jogador com o menor número de pontos presenteia o vencedor com os tradicionais torrões - amêndoas cobertas de chocolate, ovos de Páscoa ou outros doces.
Segundo os historiadores, este jogo teve origem nos tempos áureos da produção de açúcar na Madeira. Nessa altura, o perdedor tinha de fazer bolas de cubos de açúcar e dá-las ao vencedor.
O incêndio de Judas
Na noite de sábado que antecede a Páscoa, realiza-se o ritual da Queima do Judas na freguesia de Travasso, Águeda, bem como em Montalegre e alguns outros lugares. Na maioria das regiões, este costume perdeu-se e, onde se mantém, tem um carácter simbólico de expiação do mal e da fraqueza humana. A queima do Judas é muito mais do que queimar um boneco de palha, significa a purificação pelo fogo para que um novo e puro possa nascer na festa da Ressurreição de Cristo.

Queima do Judas na Póvoa de Lanhoso – Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso
Procissão das flores no Algarve
No Domingo de Páscoa, após a Eucaristia matinal, as ruas de São Brás do Alportel, no Algarve, transformam-se em tapetes de flores, com tochas a iluminar o caminho da procissão.

Festa das Tochas Floridas – singular Procissão de Aleluia, Domingo de Páscoa em São Brás de Alportel
Este evento, conhecido como a procissão eucarística, é um símbolo de alegria e renascimento. Os habitantes locais demonstram orgulhosamente as suas capacidades, criando incríveis arranjos florais que adornam a procissão.
Funeral do bacalhau em Coimbra
O enterro do bacalhau nas Beiras é uma tradição pascal única e colorida que combina elementos de carnaval, ritos religiosos e sátira social. Assim, após 40 dias de Quaresma, em que o peixe e o marisco eram os principais alimentos, a população de Penacovo, perto de Coimbra, organiza um satírico julgamento do bacalhau. Esta ação é uma espécie de expressão do cansaço da dieta de peixe e simboliza o fim do período de abstinência. A propósito, a tradição foi proibida durante o Estado Novo português, por ser considerada pagã. Após um interregno de 90 anos, foi restaurada e a tradição mantém-se até aos dias de hoje.

O enterro do bacalhau
Assim, o julgamento do bacalhau realiza-se sob a forma de uma representação teatral com poemas katrena. Após o “veredito”, o peixe condenado é acompanhado por um cortejo fúnebre com pessoas de luto, após o que é “enterrado”. Este rito é um testemunho de como os costumes populares podem combinar aspectos religiosos, culturais e sociais para criar eventos únicos e memoráveis.
Bênção dos cordeiros no Alentejo
A bênção dos cordeiros no Alentejo, nomeadamente na localidade de Castelo de Vida, é um costume pascal excecional que alia os ritos religiosos às crenças agrícolas.

A cerimónia deremendar os cordeiros
A cerimónia tem lugar no Sábado Santo, véspera da Páscoa. Os cordeiros, símbolo da pureza e da inocência, são levados à igreja para serem consagrados, onde um padre os abençoa. Este rito, outrora destinado a proteger o gado, simboliza atualmente a coexistência pacífica de diferentes culturas.
Festa da Páscoa em Silva Escura
Na pitoresca aldeia portuguesa de Silva Escura, a segunda-feira de Páscoa é o ponto alto das celebrações, combinando ritos religiosos e festividades populares. A festa realiza-se no dia seguinte ao Domingo de Páscoa e tem raízes profundas envoltas em lendas. Segundo a lenda, desde há muito que a aldeia sofre de desaparecimentos misteriosos dos seus habitantes. Só quando os habitantes da aldeia se comprometeram a celebrar todos os anos a Ressurreição de Cristo com uma festa é que estes trágicos acontecimentos cessaram. No entanto, um ano, quando a festa não se realizou, o desastre voltou. Desde então, para proteger a aldeia do infortúnio, a tradição da festa tem sido rigorosamente respeitada.

Cartaz Festivo da Festa da Páscoa 2025
Atualmente, a Festa da Páscoa em Silva Escura não é apenas um feriado religioso, mas também um evento cultural vibrante. Neste dia, as ruas da aldeia enchem-se de música, dança e divertimentos de feira. Tanto os habitantes locais como os visitantes podem saborear pratos tradicionais portugueses, como o folhar (pão de Páscoa) e o borrego, bem como comprar produtos dos artesãos locais.
Um destaque especial da festa são os jogos e concursos tradicionais que têm sido transmitidos de geração em geração. As crianças pintam ovos da Páscoa e participam na sua quebra, enquanto os adultos competem em termos de força e agilidade.
Páscoa – 2025
Em 2025, Portugal reconhecerá oficialmente 13 feriados nacionais, celebrados tanto no continente como nos arquipélagos. No entanto, o ciclo de feriados da primavera começa com as celebrações da Páscoa, em particular:
- 18 de abril – Sexta-feira Santa – o primeiro fim de semana prolongado do ano;
- 20 de abril – Páscoa ou Ressurreição luminosa de Cristo.
A última sexta-feira antes da Páscoa, a festa da Ressurreição de Cristo, é conhecida como Sexta-feira Santa. Este dia, cuja data varia todos os anos em função da Páscoa, é um momento de profunda dor para os cristãos, que comemoram a crucificação de Jesus Cristo no Calvário. A Sexta-feira Santa é também um dia de jejum rigoroso, em que os crentes deixam de comer carne para se concentrarem no espiritual.
Este dia é um feriado oficial em Portugal, pelo que muitas instituições, incluindo bancos, repartições públicas e alguns centros culturais, estão encerrados.

Páscoa: caraterísticas da celebração
A Páscoa, ou Pessach, é um dos feriados religiosos mais importantes em Portugal, celebrado com grande solenidade e em família. A data da Páscoa muda todos os anos, uma vez que é determinada pelo calendário lunar.
A propósito, em 2025, tanto os católicos como os ortodoxos celebrarão a Páscoa ao mesmo tempo – a 20 de abril. A última vez que tal coincidência ocorreu foi a 16 de abril de 2017.
Boa Páscoa!
Factos interessantes sobre a Páscoa em Portugal
- Os portugueses levam a Páscoa muito a sério. Por vezes, o feriado assume um significado ainda maior do que o Natal, com uma interrupção de uma semana no ano letivo.
- Sete dias antes da Páscoa, celebra-se o Domingo de Ramos, o dia dos padrinhos. Os afilhados oferecem-lhes flores ou vasos de plantas, e os padrinhos dão-lhes folar para a Páscoa. O ritual termina quando o afilhado se casa e deixa de ter direito a um folar.
- Na Sexta-feira Santa, às 15 horas, faz-se um minuto de silêncio em memória da crucificação de Cristo. Algumas fábricas assinalam o momento da morte de Jesus com um alarme.
- No nordeste de Portugal, a Páscoa é cozinhada com enchidos salgados, e não doces, e azeite.