Museum of Contemporary Art

Portugal tem vários museus dedicados à arte contemporânea, incluindo o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC), o MAC/CCB Museu de Arte Contemporânea, o MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e o Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM). Estes museus reflectem o empenho de Portugal na preservação e promoção da arte contemporânea, oferecendo aos visitantes uma visão abrangente do desenvolvimento artístico no país.
História dos museus
O Museu de Arte Contemporânea (MCA) é uma das várias instituições dedicadas à exposição e preservação da arte contemporânea. Em Portugal, o principal museu dedicado à arte contemporânea é o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa (MNAC).
As principais etapas de desenvolvimento
O Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) foi fundado em 1911, após a implantação da República em Portugal. Foi decidido dividir as colecções do antigo Museu Nacional de Arte e Arqueologia de Belas, transferindo as obras posteriores a 1850 para o Chiado, em parte do antigo mosteiro de São Francisco da Cidade, edifício contíguo à Academia de Belas.
Inicialmente, a localização do Museu de Arte Contemporânea foi considerada provisória. No entanto, a sua localização no bairro do Chiado tinha um significado simbólico, uma vez que esta zona era um centro de encontros criativos e de discussões intelectuais. O museu ocupou as mesmas salas que anteriormente tinham acolhido exposições de artistas românticos e naturalistas, o que contribuiu para estabelecer uma ligação direta com os movimentos artísticos que pretendia divulgar.

Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Incêndio de 1988 e reconstrução
Em agosto de 1988, deflagrou um incêndio de grandes proporções no bairro de Shiadu. Embora o museu não tenha sofrido danos diretos, as obras de arte foram retiradas como medida de precaução. Este incidente levou a uma grande reconstrução do museu, realizada em colaboração com o governo francês e o projeto de renovação do arquiteto Jean-Michel Wilmotte. O museu foi reaberto em 12 de julho de 1994.
Desenvolvimentos recentes
Em 2021, durante o período de isolamento devido à pandemia de COVID-19, o MNAC lançou iniciativas em linha, como o ciclo de conferências “Conversas sobre Retrato” e o curso de desenho e pintura “O Fungagá das Artes”, que atingiram um vasto público. Estas iniciativas foram bem acolhidas e o programa O Fungagá das Artes chegou a milhares de famílias, tendo merecido o reconhecimento da Associação Portuguesa de Museólogos.
Os principais museus do Museu de Arte Contemporânea de Portugal
Para além do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa, e do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, existem outros museus dedicados à arte contemporânea em Portugal, espalhados por diferentes cidades. A tabela abaixo fornece informações sobre os principais museus de arte contemporânea do país.
Nome do museu | Cidade | Colecções | Sítio web |
---|---|---|---|
Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC) | Lisboa | Arte portuguesa dos séculos XIX e XX, incluindo pintura e escultura | |
MAC/CCB Museu de Arte Contemporânea | Lisboa | Obras de colecções públicas de arte contemporânea, Teixeira de Freitas, Ellipse e Berardo | |
MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia | Lisboa | Exposições que exploram a intersecção entre arte, arquitetura e tecnologia | |
Museu de Arte Contemporânea de Serralves | Porto | Arte contemporânea nacional e internacional, com destaque para obras posteriores à década de 1960 | |
Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) | Lisboa | Obras contemporâneas, recentemente restauradas para melhor se integrarem na cidade |

Museu de Arte Contemporânea de Serralves
Coleção do Museu de Arte Contemporânea
O MNAC alberga uma extensa coleção de arte portuguesa desde meados do século XIX até à atualidade. O acervo do museu inclui cerca de 5000 obras, maioritariamente pinturas e esculturas, com destaque para as obras datadas de 1850-1959. A coleção abrange vários movimentos artísticos, incluindo o Romantismo, o Naturalismo, o Expressionismo, o Surrealismo e o Modernismo.
A coleção inclui obras de artistas portugueses de renome:
- Tomás da Anunciação é uma figura proeminente do Romantismo português, conhecido pelas suas paisagens emotivas e representações da vida rural.
- Cristino da Silva é outro artista romântico de referência, conhecido pelo seu uso expressivo da cor e da luz.
- José Pedro Croft é um escultor contemporâneo cujo trabalho explora o espaço e a forma, esbatendo frequentemente as fronteiras entre a escultura e a arquitetura.
- Alexandre Estrela é um artista de vídeo experimental cujo trabalho se centra na perceção das imagens e na natureza da representação visual.
- António Silva Porto é um artista naturalista de referência que captou a essência das paisagens rurais portuguesas. É cofundador do Grupo do Leão.
- António Carneiro - as suas obras combinam simbolismo e naturalismo, reflectindo temas emocionais e espirituais profundos.
- António Soares dos Reis é um famoso escultor, autor da obra “O Desterrado”.
- Columbano Bordalo Pinheiro - conhecido pelos seus retratos realistas e introspectivos, contribuiu para o movimento realista.
- Amadeo de Souza Cardoso é um artista de vanguarda cuja obra combina elementos do modernismo e da abstração.
- Abel Manta - as suas pinturas reflectem a transição para o modernismo na arte portuguesa.
Encontrará também obras de Miguel Ângelo Lupi, Dórdio Gomes, Adriano Sousa Lopes, José de Almada Negreiros, Nadir Afonso, Mário Eloy, Francisco Augusto Metrass, do escultor francês Auguste Rodin e da contemporânea Mónica de Miranda.
A partir de 12 de dezembro de 2024, o museu acolhe a exposição Impressões Digitais, comissariada por Ana Guimarães, Emília Ferreira, Maria de Aires Silveira e Tiago Beirão Veiga. Esta exposição apresenta obras contemporâneas que exploram a intersecção entre a tecnologia digital e a expressão artística. De 25 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025, a exposição apresenta obras de 1836 a 2024, permitindo aos visitantes traçar a evolução da arte portuguesa ao longo de quase dois séculos.

Museu Nacional de Arte Contemporânea: "Impressões Digitais"
As obras mais famosas
Entre as obras mais famosas do museu:
- “A Viúva” de António Teixeira Lopes. Esta escultura comovente retrata a dor profunda de uma viúva, demonstrando a habilidade de Lopes em transmitir emoções profundas através de um fino trabalho em mármore.
- “Grupo do Leão”, de Columbano Bordalo Pinheiro. Esta pintura retrata uma reunião de proeminentes artistas e intelectuais portugueses no café Leão de Ouro, reflectindo a vibrante vida cultural de Lisboa no final do século XIX.
- “Cabeça” de Amadeo de Souza-Cardoso. Uma composição abstrata que ilustra a abordagem inovadora de Souza-Cardoso, que combina a influência do cubismo e do futurismo e desafia as convenções artísticas tradicionais.
- O “Retrato de Fernando Pessoa” de Almada Negreiros, uma representação dinâmica do famoso poeta português, capta a personalidade enigmática de Pessoa através de linhas arrojadas e cores vivas, realçando o estilo modernista de Negreiros.
O papel do museu na arte contemporânea
O Museu de Arte Contemporânea de Lisboa tem desempenhado um papel fundamental na preservação e divulgação da arte portuguesa desde meados do século XIX até à atualidade. Criado em 1911, é uma das primeiras instituições dedicadas à arte contemporânea a nível mundial.
Situado no histórico bairro do Chiado, em Lisboa, o museu ocupa parte do medieval Mosteiro de São Francisco. Este local não só oferece uma experiência histórica rica, como também simboliza a fusão do património artístico português com as suas manifestações contemporâneas.
A coleção do MNAC abrange uma variedade de movimentos artísticos, incluindo o Romantismo, o Naturalismo, o Modernismo e a Arte Contemporânea. Apresenta obras de destacados artistas portugueses como António Silva Porto, António Carneiro e José de Almada Negreiros, bem como de figuras internacionais como Auguste Rodin.
Para além de acolher exposições, o MNAC funciona como um centro cultural, oferecendo programas educativos, seminários e palestras que introduzem o público na arte contemporânea. Por exemplo, durante a pandemia da COVID-19, o museu lançou iniciativas online como a “Conversa sobre o Retorno” e o curso de desenho “Sobre os Cogumelos na Arte”, que chegou a milhares de famílias e ganhou o prémio APOM 2022 para o melhor projeto de educação e mediação cultural.
A arquitetura do museu evoluiu para responder às necessidades modernas. Em 1994, o arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte levou a cabo uma renovação e ampliação, que melhorou a capacidade do museu para exibir a sua extensa coleção e melhorar a qualidade da experiência dos visitantes.
A diversificada coleção do MNAC inclui uma peça significativa, a Tristeza de Amadeo de Souza Cardoso. Este facto demonstra o empenho do museu na preservação e apresentação de obras fundamentais para a história da arte portuguesa.

Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Influência no desenvolvimento da arte portuguesa
O Museu de Arte Contemporânea tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa, actuando como repositório e divulgador da Produção Artística Nacional desde 1850 até à atualidade. A sua coleção abrange diversas formas de expressão, como a pintura, a escultura, o desenho, o vídeo e a fotografia, reflectindo a evolução estética e cultural do país.
Fundado em 1911, o MNAC possui uma coleção que inclui obras de António Silva Porto, António Carneiro, António Soares dos Reis, Miguel Ângelo Lupi, Columbano Bordalo Pinheiro, Amadeo de Souza Cardoso, Abel Manta, Dórdio Gomes, Adriano Sousa Lopes, José de Almada Negreiros, Nadir Afonso, Mário Eloy, Francisco Augusto Metrass, Mónica de Miranda, Auguste Rodin e muitos outros.
Para além de preservar e expor obras de artistas consagrados, o MNAC acolhe também exposições temporárias que exploram temas contemporâneos e estabelecem diálogos entre diferentes períodos históricos. Um exemplo recente é a exposição Cravos e Veludo, que reúne obras de artistas de Portugal e da antiga Checoslováquia que exploram a relação entre arte e revolução. A exposição destacou a importância da arte como forma de resistência e expressão política, reflectindo momentos históricos importantes como a Revolução dos Cravos em Portugal, em 1974, e a Revolução de Veludo na Checoslováquia, em 1989.
Informações práticas para os visitantes
Recomenda-se a visita aos museus nos dias úteis, de manhã ou ao fim da tarde, para evitar as multidões. Alguns museus oferecem entrada gratuita em determinados dias ou horas, pelo que vale a pena consultar os seus sítios web oficiais com antecedência. A reserva antecipada de bilhetes pode ser necessária para exposições temporárias ou durante a época alta do turismo.
A maioria dos museus tem lojas de recordações onde pode comprar reproduções, livros e artesanato de artistas locais. A fotografia em exposições permanentes é frequentemente permitida sem flash, mas podem aplicar-se restrições a exposições temporárias ou a objectos individuais. Recomenda-se que verifique as regras de fotografia à entrada do museu.
Nome do museu | Endereço do museu | Horário de abertura | Preço do bilhete |
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Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC) | Rua Serra Pinto, 4 - Rua Capelo 13, 1200-444 Lisboa | Terça-feira a domingo: 10:00 às 18:00 | Entrada geral: 8,00 euros Entrada gratuita para menores de 12 anos e deficientes, e ao domingo das 10:00 às 14:00 (para residentes em Portugal) |
MAC/CCB Museu de Arte Contemporânea | Centro Cultural de Belém, Praça do Império, 1449-003 Lisboa | Terça-feira a domingo: 10:00 às 18:30 (última entrada às 18:00) | Entrada geral: 5,00 euros Estudantes e maiores de 65 anos: 2,50 euros Entrada gratuita aos domingos e feriados até às 14:00 |
MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia | Avenida Brasília, Central Tejo, 1300-598 Lisboa | Quarta a segunda-feira: das 10:00 às 19:00 Encerra às terças-feiras | Entrada geral: 11,00 euros Crianças (13-18) anos: 8,00 Estudantes com bilhete de identidade: 8,00 euros Seniores com mais de 65 anos: 8,00 euros Desempregados: 8,00 euros Conjunto (1 adulto e 2 crianças 13-18 anos): 23,00 euros Entrada gratuita aos domingos de cada mês das 10:00 às 13:00 |
Museu de Arte Contemporânea de Serralves | Rua Dom João de Castro 210, 4150-417 Porto | Segunda-feira a sexta-feira: 10:00 às 19:00 Sábado, domingo e feriados: das 10:00 às 20:00 | Bilhete Serralves (acesso a todos os espaços): €20,00 Só parque: 12,00 Entrada gratuita no domingo de cada mês das 10:00 às 14:00 (para residentes em Portugal) |
Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) | Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa | Terça-feira a domingo: das 10:00 às 18:00 | Bilhete com tudo incluído: €16,00 Bilhete para a Gulbenkian: 14,00 Para exposições temporárias: 10,00 euros |

Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM)
Conclusão
Portugal possui uma rica cena de arte contemporânea, como evidenciado pelos numerosos museus dedicados a esta expressão artística. O Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC), fundado em 1911 e reaberto em 1994, alberga uma coleção que abrange o período de 1850 até à atualidade e é o principal repositório de arte portuguesa.
Em Lisboa, o Museu de Arte Moderna-MAC/CCB, inaugurado a 27 de outubro de 2023, apresenta obras de artistas de diversos contextos culturais, constituindo um importante espaço de arte moderna e contemporânea em Portugal.
O Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM), também situado em Lisboa, reabriu recentemente o seu núcleo de Arte Moderna, após uma profunda renovação concebida pelo arquiteto japonês Kengo Kuma. Esta renovação veio reforçar a ligação entre o museu e a cidade, promovendo uma integração harmoniosa entre os espaços interiores e os jardins envolventes. No Porto, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves destaca-se pela sua arquitetura eclética e por acolher exposições de artistas nacionais e internacionais.
Estes museus não só preservam e expõem obras de arte, como também desempenham um papel fundamental na promoção do diálogo cultural e da educação artística, reflectindo o empenho de Portugal no reconhecimento e divulgação da arte contemporânea.