Miguel Arruda

Miguel Arruda, formado na famosa Escola de Lisboa, é um artista distinto e colorido. Combinando motivos tradicionais portugueses, minimalismo moderno e experimentação, Miguel cria verdadeiras obras de arte.
Nome completo | Miguel Arruda |
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Ano de nascimento | 1943 |
Local de nascimento | Lisboa |
Nacionalidade | Portuguesa |
Idade | 82 |
Peso | Desconhecido |
Altura | Desconhecida |
O trabalho de Arruda faz uso extensivo de materiais naturais e explora a influência da forma na perceção do espaço. Os seus projectos têm sido apresentados em exposições e museus e têm recebido prémios internacionais de inovação.
Biografia
Miguel Arruda nasceu a 27 de abril de 1943 em Lisboa. Não existe informação disponível sobre os seus pais, irmãos ou irmãs. Em 1968, Miguel Arruda licenciou-se com distinção em escultura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1989, Arruda licenciou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, especializando-se em arquitetura.
O seu trabalho tem sido apresentado em importantes exposições internacionais, incluindo Milão, Paris, Madrid, Birmingham, Kortrijk, Estocolmo, Tóquio, Xangai e Nova Iorque.
ANTECEDENTES. A sua primeira exposição individual foi organizada em 1966 e a segunda em 1970.

Miguel Arruda
Vida pessoal
Miguel mantém a sua vida privada cuidadosamente protegida da imprensa e dos jornalistas. Raramente fala com jornalistas e mais raramente ainda aparece na televisão, não participa em espectáculos e não grava podcasts.
Família de Miguel Arruda
Não há informações sobre o cônjuge e os filhos de Miguel nas fontes disponíveis.
Carreira
Em 1979, Miguel, em conjunto com os conceituados professores portugueses Rogério Ribeiro e José Cândido, empreendeu a criação dos cursos de Design de Comunicação e Design de Equipamento, e liderou a posterior reformulação da especialidade de Design de Equipamento.
Numa das suas entrevistas, Miguel falou de algo que influenciou seriamente a sua visão do mundo em geral e a sua criatividade em particular. Foi a revolução dos cravos em Portugal, que ocorreu em 1974. Foi nessa altura que Arruda recebeu a sua primeira grande encomenda: uma grande fábrica local estava à beira da falência devido à saída de antigos clientes e à mudança da situação no país, e David Ribeiro (o seu gerente), pediu a Miguel para ajudar a salvar a produção. Segundo o Miguel:
Foi uma experiência muito interessante, tanto do ponto de vista estético como tecnológico e humano, em relação à classe operária, que estava a ser influenciada pelo processo revolucionário em curso. Soubemos aproveitar estas circunstâncias desfavoráveis, criando novas condições de trabalho e de produção e produtos inovadores. Quero acreditar que continuaremos a ter oportunidades de expressão criativa no futuro.
Participou ativamente em conferências e seminários locais e internacionais. Foi orador nas Universidades de Bolzano, Ascoli-Pisheno, Frederico II (Nápoles), no Instituto Politécnico de Milão e na Universidade de Barcelona. Participou como orador convidado no Salão Internacional do Móvel de Milão e levou um projeto pessoal à Feira Mundial de 1998 (realizada no Porto)
A sua carreira como designer industrial começou em 1975 com o lançamento da linha de mobiliário Pinus, seguindo-se a colaboração com várias empresas nacionais e a produção das linhas de mobiliário Orla, 2/2, Golf, Rama e Seara. O primeiro grande projeto foi o Centro de Informação da Expo98, construído em 1996. Este centro serviu de ponto de referência para os visitantes procurarem aconselhamento sobre eventos, pavilhões e a organização geral da Expo 98. Mais tarde, foram construídos centros de informação semelhantes para as exposições do Algarve, para o Centro de Congressos do Arade em Castaneira do Ribatejo.
Desde 2000, colabora com a empresa belga Dark e com as empresas italianas B&B, Martinelli Luce e Slamp, projectando equipamentos de iluminação para casa e escritório.
Em Portugal, os projectos mais marcantes foram o Cork Wave (painéis acústicos) para a Sofalca, o banco Cork Trunk e o sofá Cork Block para a Corticeira Amorim, a cadeira esférica para a Movecho, a estação de trabalho Cilindro para a Levira, e várias propostas de iluminação para a Exporlux e a ILAP. No campo do design de interiores, destacam-se os projectos desenvolvidos em 1998 para a Portugal Telecom (conceção de espaços comerciais e escritórios), em 2002 para o BPI (interiores de centros de negócios), e os projectos 2005-2018 para a TAP (espaços VIP em Lisboa, Porto, Brasília e Paris).
Arruda esteve envolvido no projeto do Centro Médico de Arcena e do quartel dos bombeiros do concelho de Vila Franca de Chira, tendo participado na recuperação do passeio e das pontes pedonais de Alverca, da Biblioteca da Fábrica das Palavras e do Centro Cultural do Bom Sucesso. As suas esculturas estão expostas há muitos anos no concelho de Cascais: na Praça Don Diogo de Menezes, no condomínio da Marginal e junto ao edifício residencial Cato Velho.
Em 2012, foi inaugurado um centro de saúde e longevidade em Sever do Vouga, Portugal, um centro médico moderno de linhas concisas e austeras. A conceção do projeto foi assegurada pessoalmente por Arruda.
Em 2016, a equipa de Miguel apresentou o pavilhão de exposições no Salone del Mobile. O pavilhão foi construído no coração de Milão e é uma instalação experimental criada para a empresa Movecho (a Movecho fabrica móveis e objectos para decoração de interiores em madeira moldada). O pavilhão é uma estrutura monolítica, cujo teto é feito sob a forma de dobras.
Há duas décadas que Miguel trabalha também como professor, ensinando aos alunos grandes nomes da arquitetura e da estrutura, bem como abordando o desenvolvimento urbano, a inovação e as aplicações do design. As suas palestras são um grande sucesso de público.
Projectos do Estúdio Miguel Arruda Arquitectos Associados
O atelier de arquitetura que fundou chama-se Miguel Arruda Arquitectos Associados, que se dedica a projectos de arquitetura, escultura e design industrial. O trabalho do atelier tem sido reconhecido em vários concursos e publicações nacionais e internacionais. Em 2008 e 2009, o atelier foi nomeado para o Prémio WAF (World Architecture Festival) e em 2010 para o Prémio Mies Van Der Rohe.
Em 2019, foi apresentado ao público o conceito experimental da casa modular Spherical em forma de esfera. O projeto demonstra os princípios da arquitetura sustentável, o uso de materiais sustentáveis e espaços de vida adaptáveis. Por este projeto, Miguel Arruda Arquitectos Associados recebeu um honroso A' Design Award na categoria de arquitetura.
O conceito causou uma agitação na indústria do design e a equipa recebeu uma proposta de cooperação dos maiores fabricantes de mobiliário de Portugal. Em breve foram postos à venda os primeiros modelos de sofás, poltronas e pufes, cuja aparência foi inspirada numa escultura antropomórfica de 1968. O mobiliário tem a forma de um cilindro, cone, cubo ou esfera. Do ponto de vista funcional, a sua forma esférica permite-lhe ser facilmente manuseado e adaptado a diferentes espaços e ambientes.

Spherical de Miguel Arruda
ANTECEDENTES. A Habitable Sculpture, popular na Europa, baseia-se na mesma matriz antropomórfica de 1968. A equipa do atelier é constituída pelo próprio fundador Miguel Arruda, bem como por Marco Geronima e João Lisboa Núñez.
- A morada do atelier é Largo da Princesa 26, 3º esq/dto 1400-303, Lisboa, Portugal
- Tel: +351 213 021 858
- Fax: +351 213 021 863
- Correio eletrónico: geral@miguelarruda.com
Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira
O local pitoresco, aberto para os quatro lados, há muito que despertava a atenção do arquiteto, mas há muito que as autoridades locais se mostravam relutantes em autorizar a utilização do terreno. O terreno era o local de um antigo e extinto moinho de arroz, mas as autoridades locais há muito que hesitavam em autorizar a sua reconstrução.
No entanto, todos os obstáculos acabaram por ser ultrapassados. A fábrica e a vedação foram demolidas e, no seu lugar, foi construído um objeto futurista com formas orgânicas e enormes janelas triangulares. Combinando habilmente vidro, metal e betão, Arruda criou um espaço acolhedor para os amantes locais da literatura e da leitura intelectual.
Para além das tradicionais áreas de livros e secções de revistas e jornais, a biblioteca tem uma grande área infantil com parque infantil e zona de recreio, uma cafetaria e uma sala de exposições. O espaço do rés do chão é regularmente utilizado para palestras e debates públicos. O projeto foi nomeado para Edifício do Ano nas categorias de arquitetura cultural e pública pelo Archdaily e recebeu o Iconic Award 2016 na área da arquitetura.

Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira
Composição de Habitable Sculpture
A obra, que combina arquitetura e escultura, foi exposta no Olival do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em 1968. Em relação ao original, a nova composição foi ampliada 56 vezes e mede 9 x 10 x 5 metros. A figura é oca no seu interior, permitindo ao visitante manter-se de pé. É constituída por uma estrutura metálica leve, revestida externa e internamente com painéis de cortiça não tratada. Arruda escolheu o material de cortiça devido às suas propriedades físicas: elevado grau de isolamento térmico e opacidade. O projeto tem como objetivo proporcionar aos visitantes uma experiência sensorial única que combina arte e arquitetura, permitindo-lhes interagir fisicamente com o espaço e a forma, como se estivessem dentro de uma obra de arte.
ANTECEDENTES. Arruda, como conservacionista e defensor de um estilo de vida ecológico, escolhe sempre cuidadosamente os seus materiais. Conscientemente, não usa plástico, sabendo das suas propriedades destrutivas, e encoraja abertamente outros artistas a abandonar ou pelo menos minimizar o seu uso. Sendo uma matéria-prima 100% natural, renovável e reciclável, a cortiça enquadra-se perfeitamente nos padrões de sustentabilidade promovidos pela Miguel Arruda Arquitectos Associados.

Composição de Habitable Sculpture
Criação do sistema de iluminação modular Nuvem
Sobre a sua criação, Arruda afirmou que a sua equipa criou “não um candeeiro, mas uma nuvem”. Trata-se de um sistema modular único que incorpora fontes de luz multidireccionais. Foi lançado em 2014 e recebeu muitos elogios pelo seu design inovador e funcionalidade.
Caraterísticas do sistema Nuvem:
- Estrutura modular. O sistema consiste em módulos repetitivos que podem ser combinados para criar diferentes formas e tamanhos e adaptados às dimensões de uma determinada divisão. Os módulos baseiam-se no simbolismo utilizado por Miguel nos anos 80, quando trabalhava em esculturas. Os criadores do Slamp reelaboraram o simbolismo para criar secções hexagonais dobradas, com um metro de comprimento, que podem ser unidas para encher o espaço com paisagens imponentes.
- Materiais: Todos os módulos são feitos de alumínio leve, o que confere resistência à estrutura. Ao mesmo tempo, não têm um peso elevado.
- Iluminação. As fontes de luz LED são integradas para criar uma iluminação suave e difusa que se assemelha à luz natural. Os módulos e os spots estão disponíveis em branco ou veludo e podem ser utilizados numa estrutura monocromática ou combinados para criar instalações mais dramáticas.
O sistema Nuvem é utilizado em vários tipos de interiores: tanto residenciais (quartos, salas de estar, salas de jantar) como públicos (restaurantes, hotéis, escritórios, showrooms). O preço do sistema varia consoante a configuração, o tamanho e as opções selecionadas.
A Nuvem não é apenas um candeeiro ou um teto luminoso, mas um sistema de iluminação prático que pode ser facilmente modelado para qualquer espaço e seus habitantes. É uma ferramenta de design completa que dá liberdade absoluta.

NUVEM de Miguel Arruda
Diretor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
Em 1989, Arruda entrou para a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa como assistente. Subindo gradualmente na carreira, obteve o título de metodólogo a tempo inteiro e, um pouco mais tarde, o de professor emérito da escola. No decurso do seu trabalho (de 1995 a 2008), criou e supervisionou os cursos internos da escola.
De 2004 a 2008, Miguel foi Presidente do Conselho de Administração da Faculdade de Belas-Artes. Durante este período, concebeu a galeria de exposições temporárias, abriu o gabinete de comunicação e imagem, o depósito de pintura e desenho, criou o Auditório Lagoa Henriques e organizou a exposição Aula Extra, com antigos professores da Escola de Belas-Artes.
A influência de Miguel Arruda
Arruda conseguiu transmitir a uma nova geração de arquitectos portugueses que a arquitetura e a escultura não são concorrentes, mas aliadas que podem coexistir harmoniosamente no mesmo espaço. Que os edifícios podem ser não só estruturas funcionais, mas também objectos de arte completos, e que a combinação de estilos traz uma nova corrente a qualquer estilo clássico, sem o transformar num grotesco. A abordagem de Arruda influenciou o aparecimento da arquitetura orgânica em Portugal: os adeptos desta tendência acreditam que os edifícios podem ser integrados no ambiente natural sem perturbar a sua harmonia e sem piorar as condições de vida do mundo vivo que os rodeia. Trabalhando ativamente com empresas como a Movecho e a Exporlux, Arruda contribuiu para o desenvolvimento do design industrial português. Ele e a sua equipa criaram formas originais para mobiliário e interiores.
Nas suas poucas entrevistas, Arruda sublinha que o seu principal objetivo é trabalhar passo a passo para o desenvolvimento sustentável dos aglomerados humanos em Portugal, aumentando o tráfego turístico e o intercâmbio cultural entre os países europeus desenvolvidos.
Redes sociais
Miguel não mantém redes sociais: pelo menos, não foi possível encontrar as suas contas no domínio público. Ele e a sua equipa só podem ser contactados através do site oficial.
Existe uma conta de Instagram @miguelarruda_art_and_antiques, mas desconhece-se se o herói do artigo está relacionado com ela.
Miguel Arruda está representado na plataforma Architizer: Miguel Arruda on Architizer.
Também colabora com a marca Slamp e informações sobre o seu trabalho estão disponíveis em: Miguel Arruda on Slamp.
FAQ
Que projectos tornaram Miguel Arruda famoso?
Um dos projectos mais conhecidos é a biblioteca da cidade portuguesa de Vila Franca de Xira, nas margens do rio Tejo (Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira).
O arquiteto esteve envolvido na requalificação do centro urbano de Vialonga, com ênfase nos espaços públicos e nas zonas pedonais confortáveis. Em 2009, a obra foi concluída e os habitantes da cidade foram presenteados com um aspeto urbano atualizado.
Em 2010, para uma exposição internacional, Arruda criou a impressionante Habitable Sculpture, uma interpretação em grande escala de uma escultura de 1968.
Em 2013, desenhou uma linha de casas particulares em Portugal. Utilizando formas familiares portuguesas e elementos de design moderno combinados com o minimalismo, Arruda conseguiu criar propriedades que foram populares no mercado imobiliário e muito procuradas pela elite local.
Numa entrevista a Herbert Wright, Arruda partilhou os seus planos para o futuro: construir o maior número possível destas propriedades e torná-las acessíveis a todos os segmentos da população portuguesa.
A sinergia que existe entre a escultura, o design e a arquitetura está no centro do meu processo criativo, intervindo constantemente e compensando-se a si própria. São muito diferentes em escala e complexidade, são processos criativos diferentes, têm muitas diferenças na materialização física, mas cada um existe numa relação inseparável com o outro.
Qual é a particularidade do estilo de Miguel Arruda?
- Muitos arquitectos contemporâneos tentam não se afastar da geometria rigorosa. Pelo contrário, Arruda opta por linhas suaves e fluidas e suaviza os ângulos. Isto faz com que as suas criações pareçam naturais e se integrem harmoniosamente em qualquer espaço. Exemplos: a casa Esfera esférica; o pavilhão Movecho, como se fosse esculpido num único bloco.
- Arruda usa a arquitetura como arte, o que ajuda a dar aos objectos volumes expressivos e monumentalidade. Um exemplo é a biblioteca de Vila Franca de Shira.
- Miguel utiliza materiais naturais e industriais no seu trabalho: madeira moldada em interiores e composições de mobiliário, betão, vidro e metal em edifícios.
- Todos os projectos se caracterizam pelo laconismo e pela comodidade. Arruda adere às ideias do minimalismo: linhas limpas, ausência de decoração desnecessária, composição cuidadosamente calibrada do espaço, tons suaves e discretos. A simplicidade das formas reforça a expressividade da arquitetura.
- Arruda atribui grande importância à iluminação - tanto natural como artificial. Os seus interiores utilizam frequentemente grandes janelas e aberturas amplas que criam um jogo de luz e sombra, bem como iluminação dinâmica (em projectos para a Exporlux).
- Arruda não tem medo de experimentar e de fazer referências ao património cultural português. Por exemplo, utiliza motivos dos azulejos tradicionais, mas com um toque moderno.
Que prémios recebeu Miguel Arruda?
Em 1968 recebeu o Prémio Mestre Manuel Pereira para Escultura e em 1969 o Prémio Rui Ruco Gameira.
ANTECEDENTES. Mestre Manuel Pereira é um escultor abstracionista de renome e membro do Grupo dos Independentes, um grupo de artistas independentes em Portugal. Rui Roque Gameiro é escultor modernista e licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
As obras de Miguel Arruda podem ser vistas em museus?
As obras de Miguel Arruda estão expostas em colecções nacionais e internacionais, nomeadamente no Museu de Arte Contemporânea e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.